O advogado de deputado e antigo ministro e governador angolano Higino Carneiro negou à VOA nesta segunda-feira, 18, declarações atribuídas ao seu constituinte, de que, no interrogatório da semana passada na Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria dito que se a PGR pretende, de facto, combater a corrupção teria de convocar a então porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, e interrogá-la sobre em que moldes o actual Presidente da República ganhou a eleição de 2017.
José Carlos Miguel garante que, em nenhum momento, Carneiro fez tal afirmação epromete dar mais pormenores sobre o caso.
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“Não é verdade que ele terá dito isso que só pode der vindo de pessoas de má-fé", comentar Miguel que amanhã vai ao Tribunal Supremo antes de fazer uma declaração pública sobre o caso.
Higino Carneiro foi colocado na passada quarta-feira, 13, sob Termo de Identidade e Resdência (TIR) e está proibido de deixar Angola, por decisão da PGR.
As medidas, que incluem a obrigatoriedade de o antigo vice-presidente da Assembleia Nacional de comparecer com regularidade às autoridades, foram impostas um dia depois de Carneiro ter sido ouvido em interrogatório pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), da PGR
A nota esclarece que Higino Carneiro foi ouvido na condição do antigo governador de Luanda, sobre “actos de gestão danosa de bens públicos”, alegadamente praticados em 2016 e 2017.
Um dos antigos homens fortes do regime de José Eduardo dos Santos, o actual deputado do MPLA é investigado, segundo a PGR, por “indícios da prática dos crimes” de peculato, violação de normas de execução do plano e orçamento, abuso de poder, associação criminosa, corrupção passiva e branqueamento de capitais.
General e empresário, Carneiro foi ministro das Obras Públicas e governador das províncias de Luanda, Kwanza Sul e Cuando Cubango.