A menos de dois meses do primeiro aniversário da morte do adolescente Rufino António por militares que demoliram a sua casa no Zango, nos arredores de Luanda, o caso continua parado na Procuradoria Geral da República.
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Os quatro militares suspeitos de terem disparado mortalmente contra o adolescente estão identificados e já foram notificados, mas o processo não avança, como disse à VOA o advogado da família Luís Nascimento.
“Até agora nenhum dos quatro militares suspeitos foi constituído arguido", lamenta o advogado de defesa que não encontra justificação para este atraso.
Os familiares manifestam-se desesperados com a morosidade do processo.
Entretanto, em Maio, o tribunal deu razão aos moradores dos bairros Walale, no Zango 2 e Zango 3, arredores de Luanda, que no ano passado tiveram os seus terrenos ocupados e casas destruídas pelas Forças Armadas.
Na altura, a acção violenta com que foi feita a destruição de milhares de casebres por militares ligados ao General Wala, sem qualquer promessa de indemnização, foi fortemente repudiada por vários sectores angolanos e pela comunidade internacional que exigiram do Governo a responsabilização dos actores pelos actos praticados.
Numa destas acções foi morto o adolescente Rufino António, de 14 anos, vítima de disparo de arma de fogo, além de um recém-nascido.
A 26 de Abril, o Procurador Geral da República (PGR) reconheceu que o caso da "morte violenta" de Rufino António, "chocou a sociedade" angolana e assegurou que o "Ministério Público tudo está a fazer para levar os culpados às barras do tribunal e responsabilizá-los criminalmente".