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O advogado de defesa do líder do Movimento Protectorado Português Lunda Tchokwé, José Mateus Zecamutchima, diz desconhecer o paradeiro do seu constituinte, com o qual não se encontra há mais de um mês.
O activista angolano continua detido há 10 meses, em Luanda, ainda sem data de julgamento.
Salvador Freire lamenta que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda não lhe permita visitar Zecamutchima e assegura que “não sabemos o paradeiro do nosso constituinte apenas sabíamos que ele estava no SIC-Luanda”.
A VOA contactou o porta-voz do SIC, superintendente de investigação, Manuel Halaiwa, que sem gravar entrevista esclareceu que o caso está com o tribunal provincial da Lunda Norte, ao qual compete toda informação sobre o arguido.
Salvador Freire, que já recebeu a pronúncia do tribunal há mais de um mês e aguarda pela marcação do julgamento, diz não entender a razão do impedimento de contactar o seu constituinte.
“Nós, como advogados, não entendemos por quê... até porque nós sabíamos e visitávamos Zecamutchima no SIC-Luanda, agora vamos ao SIC Luanda e nos dizem que temos que contactar o SIC-Geral, já contactamos a procuradoria e nada... não entendemos o por quê”, conclui.
José Mateus Zecamutchima foi detido a 8 de Fevereiro de 2021 e é acusado dos crimes de associação de malfeitores e rebelião armada, na sequência dos confrontos registados a 30 de Janeiro, na vila de Cafunfo, na província da Lunda Norte, entre a polícia e cerca de 300 manifestantes convocados pelo Movimento Protectorado Português Lunda Tchokwe.
Os manifestnates pretendiam protestar contra o abandono a que dizem estar votados os habitantes daquela rica região em diamantes.
O número de mortos continua uma incógnita, com as autoridades a falarem em seis, enquanto activistas e partidos da oposição apontam para mais de 30.