ADI volta atrás e indica Hélio Vaz de Almeida para chefiar novo Governo são-tomense

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Comício da ADI, São Tomé e Príncipe (Foto de Arquivo)

Partido tinha informado que não indicaria nenhuma personalidade e defendido eleições antecipadas

A Ação Democrática Independente (ADI), cujo Governo e respetivo primeiro-ministro Patrice Trovoada foram exonerados pelo Presidente da República na segunda-feira, 6, indicou Hélio Vaz de Almeida para liderar o próximo Executivo.

A comunicação feita numa carta enviada nesta quarta-feira, 8, a Carlos Vila Nova, e a que a Voz da América teve acesso, aconteceu horas depois de o mesmo partido, através do deputado e membro da Comissão Política Edmilson das Neves, comunicar que a ADI não iria indicar um novo primeiro-ministro e que defendia a realização de eleições antecipadas.

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Na carta, Patrice Trovoada diz que "na sequência da carta da Presidência da República datada de 6 de janeiro e do oficio datado de 7 de janeiro, solicitando a apresentação de uma individualidade e seguindo o teor do Decreto Presidencial n.º 1/2025, de 6 de janeiro, solicitando ao ADI, maior partido votado e dispondo de maioria absoluta no Parlamento após as eleições legislativas do ano de 2022, a apresentação de outra individualidade para assumir e exercer o cargo de primeiro-ministro e chefe de Governo em substituição do Dr. Patrice Emery Trovoada, vem o partido apresentar o nome do Dr. Hélio Silva Vaz de Almeida, para o referido cargo".

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Hélio Vaz de Almeida foi governador do Banco Central e ex-ministro das Finanças do Governo de coligação liderado pelo MLSTP-PSD de 2012 a 2014 e é atualmente diretor da Agência Fiduciária de Administração de Projetos, agência que coordena os projetos financiados pelo Banco Mundial.

Mudança de posição

Mais cedo, numa conferência de imprensa, o membro, o membro da Comissão Política da ADI, Edmilson das Neves, defendeu a realização de eleições antecipadas.

"É, pois, chegada a hora de devolver a palavra ao povo, para que cada um, na sua consciência e no interesse da nação inteira, faça a sua melhor escolha", afirmou Nevez acrescentando que "não pode, por isso, o ADI e os seus militantes, seja a que título for, aceitar que através de ações conspirativas e alianças contranatura, os direitos conquistados nas urnas sejam infantilmente desprezados, ignorados e mesmo ridicularizados",.

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Ontem, o presidente do partido e primeiro-ministro demitido, Patrice Trovoada, anunciou ter recorrido ao Tribunal Constitucional contra a decisão do Presidente da República.

Na segunda-feira, 6, Carlos Vila Nova justificou o decreto presidencial com a “incapacidade (do Governo) em aportar soluções atendíveis e comportáveis com o grau de problemas existentes no país” e as frequentes e prolongadas ausências de Trovoada.

O Chefe do Governo foi acusado também por Vila Nova de deslealdade institucional.