O maior partido da oposição são-tomense, ADI, realiza neste sábado, 3, um congresso para legitimar a liderança de Patrice Trovoada, depois de Agostinho Fernandes ter-se afastado da presidência daquela força política.
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Desde finais de 2018, após as eleições em que a ADI foi o partido mais votado mas não conseguiu a maioria absoluta para governar, o então líder do partido deixou o país alegando perseguição política.
De seguida, a ADI mergulhou-se numa crise de liderança com um presidente eleito no país e outro radicado no estrangeiro, o que levou à divisão do partido em duas alas.
Em julho passado o presidente residente, Agostinho Fernandes, decidiu afastar-se do cargo, na sequência de conflitos com a outra ala, abrindo caminho para a realização de um novo congresso eletivo, que terá lugar neste sábado.
Para o analista Liberato Moniz, a legitimação de Patrice Trovoada como líder do ADI “não trará mais valia para o partido se o mesmo continuar ausente do país”.
Outro analista Gualtier Vera Cruz defende que Patrice Trovoada está ausente "por perseguição política" e acredita que com a sua legitimação como líder, serão criadas as condições para o seu regresso ao país..
Ele reitera que o processo judicial em torno do antigo primeiro-ministro “é uma farsa, alimentada pelo atual poder político com o objetivo de afasta-lo da política ativa".
Em dezembro do ano passado, o Tribunal Constitucional rejeitou o pedido de registo da liderança de Trovoada à frente da ADI, na sequência do congresso de 28 de Setembro.
O acórdão indicou que já estava registada outra liderança, a de Agostinho Fernandes, eleito no congresso realizado a 25 de maio.