Uma semana depois de a Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe ter adotado o programa do Governo de Américo Ramos, com o apoio dos deputados da Ação Democrática Independente (ADI), a direção do partido liderado pelo antigo primeiro-ministro Patrice Trovoada veio a público demarcar-se do programa do Executivo.
“Com bastante estranheza e estupefação que a direção do ADI que tem afirmado categoricamente que não assume quaisquer responsabilidades políticas ou outras pelos atos praticados por um Governo que não foi por si indicado, vem assistindo a efusivas manifestações de alegria e contentamento por supostamente o programa do atual Governo de iniciativa presidencial ter sido aprovado com a `maioria dos votos, incluindo da maioria dos deputados do ADI`", diz o comunicado distribúdio pelo Gabinete de Comunicação, com data de 18 de fevereiro e uma assinatura, mas sem o nome de quem o rubricou.
A direção do ADI, dirigida por Trovoada que se encontra fora do país desde a sua exoneração, afirma que não foi ouvida “na elaboração do programa” que, “é um produto exclusivo da imaginação do referido Governo e do seu promotor, demarcando-se de todas e quaisquer responsabilidades relativas ao seu conteúdo e implementação".
Veja Também Governo são-tomense vai investigar denúncias de lavagem de capitais russos no arquipélagoO comunicado refere-se ainda à anulação das taxas aeroportuárias que a ADI diz desconhecer a “abrangência” e o seu “impacto, o que não abona a favor da credibilidade e vinculação obrigatória dos atos do Governo”.
A ADI conclui pedindo a divulgação “do instrumento jurídico que pos fim às taxas aeroportuárias”.
Recorde-se que, ao ser empossado, o primeiro-ministro Américo Ramos afirmou que o seu Governo, que integra militantes e dirigentes da ADI, entre eles quatro do anterior Executivo, continua a ser da força política que venceu as últimas eleições.
Na Assembleia Nacional,. a ADI tem 30 dos 55 deputados, mas tem o apoio de mais cinco parlamentares fruto do acordo de incidência parlamentar com o MCI-PUN, enquanto, do lado da oposição, o MLSTP-PSD, tem 18, e o Movimento Basta, tem dois.