Adesão à eleição presidencial no Quénia pode não ter sido superior a 35 por cento

Eleição marcada por confrontos

Vitória de Uhuru Kenyatta pode saber a derrota

Um dia após a repetição da eleição presidencial no Quénia, estimativas não oficiais apontam para uma grande abstenção, com a imprensa a referir-se a uma participação de apenas 35 por cento dos eleitores.

Caso se confirmem esses números, a vitória de Uhuru Kenyatta, garantida em virtude de ter sido o único concorrente, pode saber a derrota e ser um indicativo de que terá um mandato muito tumultuado.

Na segunda volta da eleição presidencial de 8 de Agosto a participação dos eleitores chegou a 80 por cento.

Frente a este cenário, observadores apontam que o pedido de boicote do líder da oposição Raila Odinga terá resultado, aumentando assim o seu peso na política queniana.

Odinga abandonou a corrida presidencial e apelou ao boicote por não ter visto aceite o seu pedido de substituição dos membros da Comissão Nacional de Eleições que, segundo ele, estiveram na origem das ilegalidades que levaram o Tribunal Supremo a anular a eleição de 8 de Agosto.

"A menos que os tribunais anulem a eleição, Kenyatta avançará sem um mandato claro e Odinga com certeza optará por uma estratégia de protestos", disse Murithi Mutiga, analista do International Crisis Group.

Analistas questionam o futuro imediato do Quénia, que poderá enfrentar uma espiral de violência, depois de uma longa campanha eleitoral.