Activistas detidos enfrentam justiça e prometem mais acções

Angola polícia manifestações manifestantes

Um dos activistas foi condenado a 30 dias de prisão efectiva.

A polícia angolana reprimiu no passado sábado, 10,, os manifestantes que tentavam protestar contra a nova lei da nacionalidade que atribui ao Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos a faculdade de atribuir ou retirar a nacionalidade angolana.

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Activistas presos enfrentam a justiça - 3:02

Um dos jovens detidos no passado sábado e que inicialmente estava dado como desaparecido, Elias Batama, foi condenado hoje a 30 dias de prisão convertíveis em multa de 48.000 Kwanzas. O activista não teve direito nem a advogado de defesa nem as testemunhas.

Em conversa não gravada coma a VOA antes do julgamento o Comandante Provincial da Polícia de Luanda, comissário chefe António Maria Sita, disse que Batama era acusado de ter rasgado a farda de um agente da polícia

Raúl Lindo Mandela, um dos membros do Movimento Revolucionário Angolano avisa que se as autoridades levarem os jovens ao tribunal, a situação poderá piorar: “Nós queremos só alertar o regime que soltem os nossos manos, porque se os levarem ao tribunal isso vai ficar feio. Nós podemos criar barricadas no primeiro de maio, já estamos a ficar passados com este regime”.

Mandela disse ainda que as imagens publicadas na Televisão Pública de Angola, que acusou os manifestantes de partir carros de cidadãos, são da total responsabilidade do Presidente da República e que José Eduardo dos Santos devia ser responsabilizado por mandar partir carros de angolanos para culpar manifestantes.

“Eu penso que tinha que se prender José Eduardo dos Santos por mandar partir carros de cidadãos para culpar manifestantes, nós não somos vandalistas nós não partimos carros”, garantiu.

Por seu lado, o primeiro secretário nacional da JMPLA Sérgio Luther Rascova desincentiva a juventude a não aderir a manifestações, que ele chama, sem causa.

“Se for só se manifestar por se manifestar todos nós temos algo para dizer, mas será que uma manifestação resolve o problema? O que nós aconselhamos é que os jovens não adiram a iniciativas sem causa”, apelou.

A manifestação do passado sábado tinha sido convocada pelo Movimento Revolucionário Angolano para protestar contra a recente lei de nacionalidade que atribui ao Presidente da República a faculdade de atribuir ou retirar a nacionalidade angolana.

O novo governador, Graciano Domingos, proibiu a referida manifestação, mas advogados aconselharam os manifestantes a não acatarem a decisão por se tratar de um acto inexistente do ponto de vista legal.


Entretanto, a polícia deteve mais de duas dezenas de manifestantes, tendo espancado alguns na escola Nzinga Mbandi, e outros nos balneários da Praça da Independência e no campo de futebol 11 de Novembro. O conhecido activista Nito Alves chegou mesmo a ter o braço esquerdo deslocado.