Activistas condenam detenção de independentistas em Cabinda e pedem diálogo

Continua julgamento de 13 promotores do Movimento Independentista de Cabinda

No Tribunal Provincial de Cabinda continua o julgamento de 13 jovens acusados pelas autoridades em Cabinda de sublevação e crime contra a segurança do Estado, detidos na sexta-feira, 10, quando anunciavam a criação do Movimento Independentista de Cabinda.

Frente a esta situação, o denominado Grupo de Reflexão da Sociedade Civil de Cabinda tornou público nesta quarta-feira, 15, um comunicado em que condena a detenção dos jovens e acusa o Governo de ter usado meios excessivos de repressão contra os cidadãos.

Your browser doesn’t support HTML5

Activistas condenam detenção de independentistas em Cabinda e pedem diálogo- 1:57

O grupo de reflexão lamenta, no comunicado, o “uso da força desproporcionada e a tomada de medidas violentas e ofensivas contra a liberdade e dignidade dos cidadãos”.

“A situação é grave e inaceitável quando os jovens teriam dado a conhecer às autoridades a sua intenção de realização do acto cívico, mas ao invés de deixá-los preparar a sua actividade e trai-los para uma espécie de cilada e preparar as condições para uma intervenção musculada e uma violenta repressão que considera ter sido a pior estratégia a todos os títulos condenável e inaceitável”, refere o comunicado.

“Uma politica de permanente repressão e intimidação, de escamoteamento da verdade e de esvaziamento da realidade só conduz a um endurecimento das vítimas dessa política injusta e degradante e uma espécie de radicalização que dificilmente poderá ser sustentada no tempo e será cada vez mais contestada ecombatida pelo povo em geral”, justificou Felix Sumbo, activista e membro do grupo.

O comunicado apela os jovens a manterem a calma e a adoptarem uma “atitude mais dialogante e a defenderem, divulgarem e promoverem as suas ideias de maneira pacífica, sem se deixarem dominar pelas emoções e paixões”.

O Grupo de Reflexão da Sociedade Civil de Cabinda interpela ainda Governo da República de Angola “a cumprir o seu compromisso de resolver o problema de Cabinda pela via de diálogo, mas com sinceridade, responsabilidade e transparência, no respeito do direito e da justiça”.