Em entrevista à Voz da América, o activista Nelson Mucazo Euclides disse que nada mudou na província do Moxico com relação ao asfaltamento das estradas desde o último governo até hoje. Segundo Euclides, vários orçamentos foram preparados, mas nenhum saiu do papel e ele, como tantos outros cidadãos angolanos, quer saber o porquê dessa falta de acção.
Sobre as estradas, Euclides contou que a população observou o trabalho de terraplanagem entre Luzí e Luchaves, mas o trabalho parou e as máquinas foram retiradas. Ele disse que não conseguiu descobrir se a empresa recebeu ou não os valores por parte do governo.
O activista lembrou da promessa feita pelo governador Manuel Gonçalves Muandumba durante o discurso de posse. Segundo o governador, a estrada que liga Luena à Universidade José Eduardo dos Santos poderia ser asfaltada depois dos primeiros três meses de governo. No entanto, já se passou mais de um ano e até agora nada aconteceu.
Euclides também citou a estrada que liga Luena a Kameia. Explicou que a empresa colocou uma tabela indicando valores e o tempo limite da obra, que poderia terminar antes de 2017. Até hoje, porém, a estrada não foi concluída.
Faltam notas de kwanzas e moedas
O activista Nelson Mucazo Euclides também falou sobre a falta de notas na província e a dificuldade de conseguir troco. Segundo ele, as notas em circulação são muito antigas e estão rasgadas.
“Quando vamos a outras províncias temos dificuldades. Não conseguimos trocar.”
Euclides observou que nas outras províncias a realidade é diferente, pois há notas mais novas e moedas para fazer troco.
O activista disse que no Moxico há notas de 50, 100, 500, 1000, 2000 e 5000 kwanzas. “Neste momento há problemas de troco. Não temos moedas pequenas”.
Conforme Euclides, a falta de kwanzas também afecta os funcionários públicos. O banco local não tem os valores para pagar seus salários desde Outubro.
Falta de transparência
De acordo com o activista, a população está preocupada e tem interesse em saber o que se passa com os governantes da província.
“Até hoje o povo não sabe se o governo cessante deixou algum valor no cofre provincial”.
Euclides pede que se algum valor foi deixado, o governador deve explicar porque as obras não arrancaram ainda, e se nada foi deixado, o activista quer saber porque Manuel Gonçalves Muandumba não veio a público para dizer isso.
Euclides concluiu a entrevista dizendo que gostaria que o Ministério Público fizesse uma investigação do governo passado para esclarecer o que se passa no Moxico.
Confira a entrevista.
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