A atribuição do prémio a Mohammadi surge após uma vaga de protestos que varreu o Irão na sequência da morte sob custódia, há um ano, de uma jovem curda iraniana, Mahsa Amini, detida por violar as rigorosas regras de vestuário das mulheres no Irão.
Jornalista e ativista de 51 anos, Mohammadi passou grande parte das últimas duas décadas dentro e fora da prisão pela sua campanha contra o hijab obrigatório para as mulheres e a pena de morte.
Em declarações à AFP, o presidente do Comité Nobel norueguês apelou ao Irão para que libertasse Mohammadi, um apelo que foi secundado pelas Nações Unidas.
"Apelo ao Irão: Façam algo digno e libertem a laureada com o Prémio Nobel Narges Mohammadi", disse a presidente do comité, Berit Reiss-Andersen.
Os recentes protestos no Irão "aceleraram o processo de realização da democracia, da liberdade e da igualdade no Irão", um processo que é agora "irreversível", disse Mohammadi à AFP no mês passado, numa carta escrita a partir da sua cela.
Mohammadi e três outras mulheres detidas com ela na prisão de Evin, em Teerão, queimaram os seus hijabs para assinalar o aniversário da morte de Amini, a 16 de setembro.