O activista José Marcos Mavungo e o presidente provincial da Ordem dos Advogados de Angola Arão Tempo continuam na prisão 20 dias depois de terem sido detidos pelas autoridades em Cabinda.
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Mavungo foi detido em casa na manhã do dia 7 antes do início de uma marcha por ele organizada que pretendia manifestar-se contra as violações dos direitos humanos no enclave e a governadora Aldina Matilde da Lomba Katenbo.
O advogado Tempo, por sua vez, foi preso na fronteira com a República do Congo.
O deputado pela bancada parlamentar da Unita Raul Danda e activista cívico de cabinda Alexandre Kuanga deploram e criticam a atitude das autoridades.
Danda vai mais longe e acusa: "Recebi uma ligação de alguém próximo ao Governo de Cabinda a informar-me que os serviços de segurança do Estado perguntavam constantemente no aeroporto de Cabinda a que horas eu chegava", diz Danda que considera de arbitrária a detenção dos dois activistas cívicos.
"Prende-se o Dr. Marcos Mavungo por apelar as pessoas a se manifestarem, o que é um direito constitucional isto é algum crime? Prende-se o Dr. Arão Tempo por ir à procura de tratamento em Ponta Negra porque a saúde em Cabinda é uma desgraça, é medíocre, não presta para nada, isto é crime?”, pergunta o líder parlamentar da Unita.
O activista Alexandre Kuanga, que diz ter escapado à prisão em Cabinda, revela que "mesmo passando pelo tribunal sem provas o Dr. Marcos Mavungo continua detido e o Dr. Arão Tempo ate agora não foi ao tribunal”.
Fontes da VOA indicam que as autoridades judiciais têm 45 dias para formalizar a acusação contra Mavungo e Tempo e, findo este período, podem solicitar mais 45 dias e, finalmente, mais 30 dias para formalizar a acusação.