Activista das Lundas, José Mateus Zecamutchima, gravemente doente na cadeia

José Mateus Zecamutchima, presidente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe.

Advogado de defesa diz que, por falta de acesso a tratamento, tem um dos membros quase paralisado e secretário-geral do Movimento fala em "estratégia de eliminação"

O líder do autoproclamado Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, encontra-se gravemente doente na cadeia em Luanda, Angola, e sem acesso a tratamento médico, disse à VOA o secretário-geral da organização.

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Estado de saúde de Zecamutchima é “preocupante” – 2:34

O advogado de defesa Salvador Freire acrescenta que, por falta de tratamento, o activista tem um dos membros quase paralisado.

“O excesso de manter o líder do Protectorado na cadeia é uma estratégia de eliminação e nós, os membros do Protectorado, encontramo-nos bastante preocupados com o agravamento do estado de saude de José Mateus Zekamuchima”, afirma o secretário-geral do Movimento.

File Muaco acrescenta que, além do “chefe do Movimento”, que defende a autonomia da região rica em diamantes, há dois activistas detidos na penitenciária de Cacanda, província da Lunda Norte.

O advogado de defesa Salvador Freire confirma o estado de saúde de Zecamutchima.

“Eu, pessoalmente, já fiz um requerimento para o director do SIC para a transferência de Zekamuchima porque ele tem uma hipertensão de terceiro grau e tem um dos membros quase paralizado” acrescenta Freire.

Ele continua detido em Luanda.

Confrontos em Cafunfo e prisão

José Mateus Zecamutchima foi detido a 8 de Fevereiro de 2021 e acusado de crimes de associação de malfeitores e rebelião armada, na sequência dos confrontos registados a 30 de Janeiro, na vila de Cafunfo, na província da Lunda Norte, entre a polícia e cerca de 300 manifestantes convocados pelo Movimento Protectorado Português Lunda Tchokwe.

Os manifestantes pretendiam protestar contra o abandono a que dizem estar votados os habitantes daquela rica região em diamantes.

O número de mortos continua a ser uma incógnita, com as autoridades a falarem em seis, enquanto activistas e partidos da oposição apontam para mais de 30.