A Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos alerta que o espaço para o exercício da liberdade dos cidadãos está a ficar cada vez mais reduzido, e isso pode colocar em causa o processo eleitoral, que começou com o recenseamento terminado no passado sábado, 3 de Junho.
Foi o presidente da Rede, Adriano Nuvunga, quem fez o alerta, no final do seminário sob o lema “como garantir a protecção dos defensores dos direitos humanos nas manifestações eleitorais em Moçambique”.
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Nuvunga anotou que “o espaço das liberdades de expressão está a ser algemado em Moçambique, os jovens estão a ser perseguidos, o espaço das redes sociais está a ser violentamente atacado”.
Aquele activista político manifestou-se particularmente preocupado com a exclusão de cidadãos do recenseamento eleitoral, sublinhando de 1999 até cá, “todo o recenseamento tem sido sempre manipulado para dificultar as pessoas, sobretudo os jovens, de se recensearem”
Tensão acumulada
Entretanto, Jorge Matine, médico e responsável do Observador da Saúde Pública, diz que tem faltado discernimento nas actuações da polícia, tal como aconteceu durante a manifestação em homenagem ao músico Azagaia.
“Penso que a polícia tem que trabalhar mais e ter capacidade de identificar as pessoas que possam perturbar a ordem pública, e não misturar toda a gente no mesmo grupo, porque há extremistas”, realçou Matine.
Por seu turno, o sociólogo e activista social, João Feijó, considera que apesar do que chama de repressão policial, o movimento de contestação dos jovens não vai parar, “porque a juventude tem muita tensão acumulada e está extremamente descontente”.
As autoridades policiais admitem que tem havido excessos em actuações da polícia, mas garantem que tudo está a ser feito para que actue em estrito cumprimento da lei.