No sétimo dia da erução vulcânica na ilha do Fogo, em Cabo Verde, a actividade manteve-se calma, assim como na sexta-feira, depois de muita intensidade registada no dia anterior.
Após ter engolido 400 hectares de terra, dos quais 26 produtivos, cerca de 10 casas, cisternas e destruído parte da sede do Parque Natural do Fogo, as lavas encontram-se aparentemente estacionadas neste sábado, 29, a 70 metros da escola e 10 metros da pensão Pedra Brabo, no povoado de Portela.
Os últimos residentes foram já retirados e a terceira via que foi construída na quinta-feira está quase a ser destruída pelas lavas. A empresa contratada pelo Governo admite abrir uma outra via de acesso ao interior de Chã das Caldeiras.
O geofísico Bruno Faria disse à VOA que a manter-se o ritmo de sexta-feira e hoje é “provável” que o povoado de Portela seja poupado.
Faria reitera, no entanto, que só os dias é que poderão confirmar ou não essa tendência e lembra que, apesar do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica ter equipamentos para acompanhar a erupção, “ninguém consegue saber o que acontece nas profundezas da terra.
Aquele especialista admite que a erupção do Vulcão do Pico, no Fogo, pode durar cerca de dois meses, mas esclarece que as primeiras duas ou três semanas são as mais críticas.
A erupção, que começou no passado domingo, 23, provocou a evacuação de cerca de 1200 pessoas e danos materiais considerados incáculáveis.
O Governo admite ter de criar uma nova vila para colocar a populacão que deixou Chã das Caldeiras, onde se ergue o Vulcão e a mais afectada.
O primeiro-ministro José Maria Neves reuniu-se na sexta-feira, 28, com o corpo diplomático e representantes de instituições internacionais acreditados na Praia para pedir a ajuda internacional.