Vinte pessoas morreram carbonizadas no interior de uma carrinha ligeira de transporte de passageiros, vulgo Chapa 100, nesta quinta-feira, 7, após um “grave e chocante” embate contra um camião de carga junto à EN7, no distrito de Barué, na província moçambicana de Manica, disseram à Voz da América autoridades e sobreviventes.
A carrinha, com uma lotação prevista de 15 passageiros, circulava com 22 passageiros, dos quais apenas dois sobrevieram.
Em declarações por telefone, David Frank, administrador distrital de Barué, contou que a viatura “capotou e pegou fogo, e muitas pessoas ficaram carbonizadas no carro, confirmamos 20 corpos que foram transportados para a morgue do hospital distrital de Catandica”.
O admnistrador que esteve no local do acidente disse que as autoridades de saúde estavam a trabalhar na identificação dos corpos, que estão totalmente carbonizados.
O acidente foi causado por uma nuvem de fumo, provocada por queimadas descontroladas, que havia tomado a estrada, que liga as províncias de Manica e Tete, no centro de Moçambique, impedindo a boa visibilidade, contou um sobrevivente.
“A estrada estava fechada com fumo, e a carrinha com passageiros vinha no meu sentido contrário, tentei abrir um pouco o ângulo, mas o motorista da carrinha não estava a ver nada e veio bater frontalmente contra o meu camião, capotou e começou a arder com pessoas no interior”, disse o condutor do camião enquanto recebia cuidados médicos no hospital distrital de Catandica.
Num vídeo amador enviado à Voz da América veem-se várias pessoas desesperadas e em pranto para se aproximar da carrinha para salvar os passageiros, mas a intensidade das chamas impedia-as.
“Ali dentro tem mais de 15 pessoas e só saiu uma pessoa viva. Todos os passageiros estão a acabar ai dentro”, descreve uma pessoa do vídeo, que circula desde o início da noite nas redes sociais.
A Voz da América contatou a Policia em Manica, que prometeu se pronunciar na sexta-feira.
Um dos dois sobreviventes disse que a viatura de transporte de passageiros, superlotada, tinha passado por pelo menos seis postos de controlo da Polícia.