Analistas moçambicanos defendem uma maior participação dos académicos e da sociedade civil na discussão das questões económicas que, doravante, vão dominar as negociações entre o Governo e a Renamo, para por termo à tensão política no país.
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Depois do consenso alcançado quanto à despartidarização do Estado, as delegações do Governo e da Renamo, envolvidas nos esforços para a busca da paz, vão se empenhar agora em questões económicas.
O economista João Mosca lamenta a falta de envolvimento da academia na discussão e pesquisa de questões importantes da vida do país.
Mosca realça que "temos alguns centros de pesquisa independentes, que não têm nada a ver com a academia, temos organizações da sociedade civil que estão acompanhando os diferentes processos, mas em termos de academia, universidades e institutos públicos e privados, não existe quase nada".
O especialista em Relações Internacionais e Assuntos de Segurança no Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique Calton Cadeado diz que, tal como aconteceu no conflito entre o Reino Unido e o Exército Irlandês-IRA, cuja solução contou com um forte envolvimento da sociedade civil, em Moçambique, também devia ser assim.
A exploração de recursos naturais deverá estar no centro das discussões sobre questões económicas entre o Executivo e a Renamo, mas o reverendo Moiane diz que não se deve perder de vista a importância de outros sectores importantes da economia moçambicana, incluindo o agrícola.
A Renamo, ao propor a discussão de questões económicas na mesa de diálogo politico com o Governo, alega que o crescimento da economia não beneficia a larga maioria dos moçambicanos, sendo por isso que a pobreza está a aumentar no país.
O economista Eduardo Sengo, da Confederação das Associações Económicas de Moçambique(CTA, na sigla em inglês), diz não ser correcto afirmar que o índice de pobreza está a aumentar, porque, "na verdade, a pobreza estagnou, de acordo com os dados recentes do Instituto Nacional de Estatísticas.