Os preparativos do sistema de segurança - 2005-01-17

Enquanto os ensaios prosseguem para as cerimónias do acto de posse do presidente GW Bush que terão lugar esta quinta-feira, prosseguem também os preparativos do sistema de segurança que foi concebido para proteger o acto inaugural de um eventual ataque terrorista.

Mais de seis polícias e militares vão participar na cerimónia inaugural e da parada que vão ter lugar.

O plano de segurança não tem precedentes, envolve mais de 50 diferentes agências governamentais e está a ser coordenado pelo Secretário para a Segurança Interna, Tom Ridge.

”Quisemos reunirmo-nos publicamente para vos assegurarmos que os governos ao nível local, estatal e federal estão tão preparados quanto é possível para desmontar qualquer tentativa para prejudicar esta festa da democracia, para deter terroristas e proteger o símbolo das nossas tradições democráticas e constitucionais.”

Para além da polícia e dos soldados uniformizados, teremos atiradores especiais nos telhados, enquanto especialistas com equipamento portátil vão estar entre a multidão para detectar qualquer presença de terrorismo químico, biológico ou radiológico.

Cerca de cem quarteirões em redor do centro de Washington irão ficar fechados ao trânsito durante o dia do acto de posse. Sobre Washington irá ser estabelecida uma zona de exclusão aérea de 80 quilometros para a aviação comercial.

Mesmos os bilhetes de acesso às cerimónias que irão ter lugar no Capitólio contém um código secreto para evitar serem falsificados.

Tom Basile faz parte da comissão do Congresso que organiza a cerimónia de posse.

”A comissão inaugural do Congresso tomou este ano a decisão lógica e prudente de se actualizar e de criar um bilhete que evitará duplicações”.

Tom Ridge, o Secretário para a Segurança Interna, afirma que informações dos serviços secretos indicam não haver qualquer ameaça terrorista específica relacionada com a cerimónia inaugural. Mas, peritos em terrorismo afirmam que representantes governamentais estão justificadamente a pôr em prática uma das mais complexas operações de segurança da história numa cerimónia deste tipo.

Michael O Hanlon é perito em segurança nacional da Brookings Institution em Washington. Diz ele que grupos terroristas como a Al Qaida irão continuar a interessar-se nos principais acontecimentos políticos dos EUA.

”Infelizmente, no entanto, uma motivação comum para muitos deles é a sua disposição em levar a cabo ataques suicidas. Por isso não acredito que se possa falar em desmotivar facilmente a Al Qaida. Eu penso que temos apenas que travá-los. E penso que estamos numa posição de travar ataques coordenados em grande escala, mas não estou seguro que possamos evitar pequenos e talvez simultâneos ou dispersos ataques. Por isso, penso que temos que ter em conta esse tipo de preocupações no dia da tomada de posse do presidente”.

Para além da ameaça de terrorismo, os responsáveis pela segurança irão igualmente vigiar milhares de manifestantes cuja presença é esperada durante a parada inaugural.

Uma coligação de grupos de manifestantes está a organizar uma série de protestos que irão centrar-se nomeadamente na invasão do Iraque por parte das forças americanas.

A activista pacifista Gaila Murphy afirma que muitos manifestantes tencionam virar as costas ao presidente Bush quando a sua caravana passar a caminho da Casa Branca, depois da cerimónia de posse.

”Nós iremos participar na mobilização de 20 de Janeiro para mostrar a nossa solidariedade para com milhões de pessoas em todo o país e do mundo que se batem pelos valores da paz e da justiça social.”

O principal responsável pela segurança interna, Tom Ridge afirma não haver planos para elevar o nível de ameaça terrorista durante o dia da cerimónia de posse. O actual nível da ameaça é amarelo, cor que significa uma ameaça elevada, mas não iminente.