O tráfego voltou lentamente às ruas habitualmente engarrafadas da cidade portuária de Dakar, na terça-feira, mesmo depois de muitos choferes de mini-autocarros não terem notado que a sua acção de protesto havia terminado ao fim de apenas um dia.
O líder sindical Mody Guiro afirma que os negociadores governamentais estiveram reunidos até altas horas da noite para tentar resolver o impasse.
Guiro afirmando ter esperança que uma reunião com o presidente Wade, na sexta-feira, venha levar à criação de melhores condições de trabalho para os condutores dos transportes públicos.
A greve foi convocada na segunda-feira, dia em que entraram em vigor novas leis de trânsito, prevendo a aplicação de pesadas multas e mesmo de penas de prisão para os condutores cujos autocarro não estivessem equipados com cintos de segurança.
Muitos dos mini-autocarros de cor amarela e azul, conhecidos localmente como os carros rápidos ( ”chapas” como se chamam em Moçambique os mini-autocarros) nem sequer têm faróis nem portas.
Os condutores afirmam que o governo senegalês deveria em primeiro lugar reduzir as horas de trabalho ao volante e impedir que os polícias exijam subornos, antes de tornar os cintos de segurança obrigatório. Os condutores alegam ainda não terem dinheiro suficiente para instalar cintos de segurança.
Um dos condutores que aderiu à greve foi Amadou Niang.
Niang afirmando ser absurdo o governo não estar ciente da situação dos condutores antes de implementar as novas leis. o governo senegalês está a tentar limitar o número de acidentes mortais nas estradas do país. Um dizer local refere que há que ter medo de Deus, mas há que ter mais medo dos ”chapas”.
Ainda assim, Antoine Diouf,um passageiro habitual daquele tipo de transporte admite estar aliviado pelo facto da greve ter sido rapidamente suspensa.
”Quando eles suspenderam a greve nós beneficiámos. Durante a greve tive imensas dificuldades porque quando se quer ir a algum lado é difícil. por isso é necessário que encontrem uma solução.”
Muitas crianças não conseguiram ir á escola durante a greve, enquanto muitas pessoas foram para os empregos percorrendo longas distâncias a pé. À semelhança do que acontece noutras capitais africanas, os mini-autocarros são a única forma de transporte público para aqueles que não têm carro próprio ou que não têm dinheiro para pagar o serviço de um táxi particular.