O inimigo ira tentar impor o seu desejo  - 2004-12-31

Falando aos jornalistas, o vice-comandante da primeira divisão de cavalaria das forças americanas, o brigadeiro general Jeffery Hammond deu uma previsão daquilo que o seu comando entende que a capital iraquiana Bagdade ira eventualmente fazer face durante as eleições gerais agendadas para 30 de Janeiro próximo.

“Nos antecipamos que o inimigo ira tentar impor o seu desejo através de ataques, intimidações assassinatos e outros métodos destinados a destruição de Bagdade.

Para muitos agentes da policia e da guarda nacional iraquiana, essa predição e já uma terrível realidade.

Desde a queda do regime de Saddam Hussein em Abril de 2003, que os rebeldes, que se acredita serem igualmente integrados por antigos colaboradores do deposto ditador, Saddam Husein e por elementos fundamentalistas islâmicos, tem alvejado vários dos campos de treino erguidos pelos Estados Unidos e destinado ao treinamento das forças de segurança iraquianas.

“Acusados pelos rebeldes de serem colaboradores do que consideram de esforços americanos para ocidentalizar o Iraque, centenas de policias iraquianos foram mortos em emboscadas e atentados bombistas nos últimos anos.”

Depois do massacre, de tentativas de assassinatos de agentes da policia e soldados iraquianos, muitos elementos das forças de segurança reconhecem em privado, temerem hoje os riscos que a profissão contempla.

Eles dizem-se igualmente preocupados com os ataques que deverão aumentar nos próximos, na sequência de uma advertência feita numa mensagem atribuída ao líder da Al kaida, Osama Bin Laden, e que foi emitida no inicio da semana.

Na mensagem áudio, os rebeldes consideram as eleições de 30 de Janeiro próximo, como um trabalho dos que intitulam de infiéis do islão.

Dos iraquianos e não das tropas americanas, espera-se a missão de garantir a segurança necessária à realização do acto e as cerca de seis mil assembleias de voto em todo o pais.

Algumas altas patentes das forcas de segurança, como por exemplo Musas Abbas manifestaram-se já reticentes quanto à capacidade dos seus homens em conter a onda de ataques intimidatorios dos rebeldes.

‘Abbas disse não acreditar que o Iraque tenha agentes da policia suficientemente treinados e em numero razoável, ou ainda poder de fogo ou equipamento para fazer face ao desafio de garantir a segurança durante as eleições.’

Esta alta patente policial iraquiana, salienta ainda temer o desfecho da situação se os rebeldes, intensificarem os seus ataques.

Os comandantes americanos, incluindo o brigadeiro general Jeffery Hammond reconhecem que as forcas de segurança iraquianas terão ainda que provar a capacidade de lidar com situações de violência extrema no seu próprio pais.

Um dos mais alarmantes acontecimentos teve lugar em meados de Novembro ultimo, quando os rebeldes lançaram uma serie de ataques mortíferos coordenados no norte da cidade de Mosul.

Na sequência do ataque, três mil, dos quatro mil agentes da policia fugiram da cidade e centenas de soldados da guarda nacional, desertaram.

Na ultima segunda feira, o mais representativo partido da minoria muçulmana sunita desistiu da sua participação nas eleições, alegando para o efeito a degradação da situação de segurança no pais.

Apesar deste revés, os Estados Unidos defendem que as eleições podem ainda ter lugar dentro da data prevista.

O presidente George Bush disse aos jornalistas que a mais urgente tarefa de momento, passa pela garantia da segurança para que os eleitores iraquianos possam ir as urnas, para segundo ele, expressarem a sua vontade.

Neste momento, as autoridades militares americanas estão a aumentar o numero de soldados no terreno, dos 138 mil iniciais para os 150 mil. Os comandos militares americanos defendem entretanto que as tropas dos Estados Unidos apenas vão servir para prestar apoio de retaguarda e que intervirão apenas em casos de violência extrema e a pedido do governo do Iraque.

Um alto conselheiro do ministro do interior do Iraque, Sabah Kadhim disse que o seu governo também acredita na existência de tempo suficiente para a restauração da ordem por forma a que as eleições tenham lugar, tal como o previsto, a 30 de Janeiro próximo.

Criado ha três meses, aquele funcionário do governo interino iraquiano, disse que dez mil homens que integram os serviços informação iraquianos e as forças especiais, encontram-se no terreno, por todo o pais na recolha de informações tendentes a permitir uma rápida reacção das forças da ordem.

‘Foi nossa iniciativa criar uma forca especial no ministério do interior, que significa o recrutamento de antigos elementos do exercito iraquiano que tem uma tremenda reputação e muitas outras pessoas com capacidade e experiência de combate, para dizermos assim. Conhecem alguns locais tão bem e doravante vamos poder alvejar os terroristas de forma precisa e não andar de forma cega pelas cidades à procura dos terroristas. Varias centenas de combatentes estrangeiros foram já capturados. Portanto, a capacidade de recolha de informação esta a aperfeiçoar, nos que não tínhamos nenhuma capacidade nesse domínio.’

Mas como os próprios rebeldes, muitos dos ex. oficiais do exercito iraquiano são muçulmanos sunitas, com fortes laços ao partido de Baas de Sadam Hussein. E isso suscita a preocupação de eventuais simpatias com os rebeldes.

Sabah Khadim insiste a este propósito, não haver riscos. Segundo ele, o governo iraquiano não toleraria que ninguém que e suposto defender o país, o traísse na sua causa pela democratização.