Mbeki de novo na Costa do Marfim - 2004-12-02

Mbeki vai avistar-se com o presidente marfinense, Laurent Gbagbo bem como o primeiro ministro, Seydou Diarra, antes de se avistar com dirigentes da oposição e os rebeldes.

A visita – prevista para durar vários dias – bem acolhida pela totalidade das partes, incluindo os apoiantes de Gbagbo, como a dirigente do grupo denominado “Mulheres Patriotas”sublinhando que os marfinenses necessitam de uma solução africana e não do acordo de paz patrocinado pela Franca assinado num subúrbio de Paris, em Janeiro de 2003.

O próprio Mbeki tem manifestado apoio ao acordo patrocinado pela França.

O partido de Gbagbo tem introduzido, no parlamento, alterações ao acordo de paz, que enfureceu os rebeldes e a oposição, acusando-o de bloquear a sua aplicação. Uma das clausulas do acordo amplia os direitos de muitos habitantes do norte que são presentemente tratados como cidadãos de segunda classe.

O vice-presidente de um dos partidos da oposição, Amoakon Tiemele, afirmou esperar que o presidente sul africano conseguisse reactivar o governo de reconciliação, que tem sido alvo de frequentes boicotes.

“Esperamos que a visita do presidente Mbeki nos ajude a encontrar alguma forma de compromisso comum nas principais questões que estamos a debater, incluindo a operacionalidade do governo que seja capaz de permitir a paz. Esperamos encontrar uma solução.”

A primeira tentativa de Mbeki de mediação na Costa do Marfim, seguiu-se a uma vaga de violência desencadeada pelo bombardeamento governamental de objectivos rebeldes e franceses e a destruição da forca aérea marfinense pela França.

Actos generalizados de pilhagem e de protestos que se seguiu, custou a vida dezenas de pessoas e levou a saída de milhares de estrangeiros e de marfinenses.

Vários milhares de tropas francesas encontram-se na Costa do Marfim em apoio dos capacetes azuis da ONU.