Trata-se da pior praga de gafanhotos a assolar a região do Sahel nos últimos quinze anos, tendo biliões de gafanhotos devastado as culturas na Mauritânia, no Senegal, no Mali e no Niger.
A Organização Mundial de Meteorologia revelou que nuvens de gafanhotos chegaram já ao Chade ameaçando mesmo a região sudanesa devastada pela guerra de Darfur.
O chefe da divisão da Agricultura da OMM indicou que culturas completas desapareceram nos países invadidos pelos gafanhotos.
Segundo a fonte, um gafanhoto consome, diariamente de vegetação, o seu próprio peso, e uma nuvem que pode comportar cerca de um bilião de animais, pode consumir 350 a 400 carregamentos de vegetação por dia. Esta situação não afecta apenas a comunidade agrícola, como ainda o gado, pois até a própria relva é consumida.
A Organização Mundial de Meteorologia alertou para o facto de a destruição da maioria da agricultura da região vir a ter sérias consequências para as populações, noventa por cento das quais são agricultores de subsistência.
Aquela agencia sublinha que as nuvens de gafanhotos são uma ocorrência regular na África Ocidental, mas que este ano são as piores, desde a praga registada entre 1987 e 1989.
A queda excepcional de chuvas deste ano, após vários anos de seca, possibilitou o desenvolvimento dos animais. As próximas semanas, com tempo quente e húmido, vão constituir as condições ideais para a reprodução dos gafanhotos e novas nuvens podem começar a formar em meados de Setembro.
O especialista da OMM sublinha que os países infestados de gafanhotos necessitam de assistência para a aquisição de aparelhos, de pesticidas para a fumigação e de assistência técnica para impedir que estas pestes devorem as culturas agrícolas.