Desde a independência em 1960, os presidentes da câmara e os vereadores tem sido nomeados por decreto presidencial.
Isso irá mudar a partir deste Sábado quando forem abertos 14 mil locais de votação para as primeiras eleições autárquicas do pais.
Mais de 30 partidos políticos e candidatos independentes vão competir. Cerca de cinco milhões de pessoas de uma população de 11 milhões de habitantes poderão votar.
As primeiras eleições multipartidarias no Niger realizaram-se em 1993.
Mas o líder do Partido Socialista (PNDS) na oposição, Mahmadou Issoufou, afirmou ser tempo para mais democracia.
"Ele disse esperar que os eleitores usem os seus poderes aumentados para, nas suas palavras, castigar a conduta patrimonial de negócios governamentais".
O líder do PNDS afirmou ainda que desde as eleições presidenciais e legislativas em 1999, uma serie de casos condenáveis de corrupção foram tornados públicos, incluindo funcionários do governo vendendo arroz oferecido pelo Japão e desvio de fundos para escolas.
Issoufou disse que os eleitores devem actuar no sentido de verificar esses abusos de poder.
O partido no poder, Movimento Nacional para a Sociedade e Desenvolvimento, tem feito campanha com base num programa de estabilidade. Desde que foi eleito em 1999, o presidente Mamadou Tandja evitou que vários motins militares se tivessem transformado em golpes de estado que atormentaram o Niger durante os anos 90. Apelou por eleições locais pacificas que, nas suas palavras, não perturbem a paz dos agricultores do pais.
A campanha para as eleições deste Sábado durou apenas 10 dias. Um observador, o activista nigeriano de direitos humanos, Bague Hima, lamentou as batalhas de rua que ocorreram entre campos opostos.
Hima disse entender o fervor que acontece com eleições, mas que deve haver menos intolerância entre oponentes. Pelo menos três crianças foram pisadas ate a mote durante recentes comícios políticos.
Vários observadores internacionais vão monitorar as eleições, cujas despesas foram cobertas por doadores estrangeiros.
O Niger eh um dos países mais pobres do mundo e tem um aparelho governamental mínimo. A sua economia centra-se na agricultura de subsistência e cada vez menos no seu urânio devido a um abaixamento da procura internacional.
Eleições legislativas estão marcadas para Outubro, enquanto que as eleições presidenciais deverão ter lugar antes do final do ano.