Centenas de mulheres juntaram-se para exigir o desarmamento - 2004-05-21

Centenas de mulheres juntaram-se próximo da entrada das instalações das Nações Unidas em Abijan para exigir o desarmamento dos rebeldes nesta nação dividida da região ocidental de África.

As mulheres utilizando apitos e tambores transportavam cartazes onde podia ler ”Estamos cansadas ... desarmamento imediato”.

Ontem, quinta feira, o representante especial das Nações Unidas para a Costa do Marfim, lançou um apelo ao presidente Laurent Gbagbo solicitando a intervenção do governo no sentido de parar com as manifestações organizadas pelos seus apoiantes.

A carta, escrita em nome do secretário geral da ONU, Kofi Annan, referia que o governo tem a responsabilidade legal de proteger os interesses e as proriedades da ONU em Abijan.

O governo enviou cerca de duzentos agentes da policia e elementos da segurança para a protecção das instalações.

Uma das dirigentes e organizadoras da marcha das mulheres afirmou que as Nações Unidas se encontram na Costa do Marfim para organizar o desarmamento das facções rebeldes, que tentaram derrubar em Setembro de 2002, o presidente Gbagbo.

Aquela dirigente sublinhou que as Nações Unidas devem iniciar o desarmamento até finais do mês de Maio, pois caso contrario as organizações aliadas ao presidente Gbagbo irão tomar a seu cargo a operação.

A mesma fonte indicou que será exercida pressão sobre a comunidade internacional para que seja conhecido que desejam a paz, paz para o desenvolvimento, e que a única coisa que pode trazer a paz à Costa do Marfim é o desarmamento.

Manifestações anti Nações Unidas por parte de apoiantes de Gbagbo seguiram-se à divulgação de um relatório da ONU responsabilizando as autoridades marfinenses pelos ataques selvagens contra as manifestações de elementos da oposição ocorridas nos finais de Março, durante as quais morreram 120 pessoas.

O Conselho de Segurança da ONU condenou a semana passada o governo marfinense por violações dos direitos humanos.

Os manifestantes exigiam a aplicação do acordo de paz entre os rebeldes do norte e elementos leais ao governo, acordo destinado a por termo à violência e à formação de um executivo de transição.

No inicio desta semana, o presidente Gbgagbo demitiu do governo três ministros da oposição rebelde, uma decisão que os rebeldes sustentam ter posto fim ao acordo de paz alcançado pela França. O secretário geral do ONU tinha feito um apelo no sentido das partes prosseguirem as conversações, e manterem o funcionamento do governo de reconciliação.