Num decreto lido na televisão e rádio estatal, ao fim do dia de quarta-feira, o presidente anunciou o afastamento de Guillaume Soro, líder dos rebeldes Novas Forças, que controlam o norte do país, da posição de ministro das comunicações.
Foram ainda afastados Youssouf Somahoro, ministro da educação técnica, e membro também das Novas Forças, e ainda Patrick Achi, da oposição, que ocupava o cargo de ministro das infra-estruturas. Os três foram substituídos, temporariamente, por membros do partido de Gbagbo, no poder.
Sidiki Konate, porta-voz das Novas Forças, afirma que o decreto viola o acordo de paz, mediado pelos franceses, e que pôs termo à guerra civil e criou o governo de partilha do poder.
“A decisão tomada ontem por Gbagbo não e´uma decisão responsável. Não aceitamos essa decisão. O senhor Gbagbo não pode despedir ministros das Novas Forças, diz o porta-voz do grupo acrescentando, ele não pode desfazer-se do acordo de Marcoussis, e vamos continuar a lutar pelo acordo para termos paz.
Palavras de Sidiki Konate, porta-voz das Novas Forças.
A imprensa estatal indicava que o decreto fora assinado pelo presidente Gbgabo, mas com base em propostas apresentadas pelo primeiro-ministro Seydou Diarra. Mas os dirigentes rebeldes dizem que num encontro com Diarra, após a emissão do decreto, o primeiro-ministro negou ter tido conhecido antecipado do documento.
Uma fonte do gabinete presidencial disse que os novos ministros serão escolhidos entre membros do movimento rebelde e partidos da oposição.
Mas o porta-voz das Novas Forças, Konate, afirma que é o processo de paz na costa do Marfim que está em causa.
“O problema na Costa do Marfim é muito grave. Não é uma questão de um carro, de dinheiro, de casa...é o problema com o processo de paz.
Palavras de Sidiki Konate, dos rebeldes do norte.
A embaixada francesa, sediada na capital comercial marfinense, Abidjan, apelou a todas as partes para continuarem a falar entre si, e assegurar a implementação do acordo de paz, assinado em janeiro de 2003, em Marcoussis.