UNITA leva ao parlamento casos de Viana e de  Cafunfo - 2004-04-06

A UNITA vai levar ao parlamento os incidentes que envolveram populares e a policia nacional nos municípios de Cafunfo na Lunda-Norte e de Viana em Luanda.

Nos dois casos ocorreram mortes de populares. Relatos não oficiais sugerem que terao morrido no Cafunfo mais de dez pessoas enquanto que em Viana o incidente provocou três mortos. Na plenária a ter lugar no próximo dia 13 do corrente o galo negro exige a presença do primeiro-ministro Fernando Dias, “ Nandó” de quem espera ter explicações convincentes sobre as verdadeiras razões que levaram a policia nacional abrir fogo contra a população. Segundo Domingos Maluka, vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA, os dados que o seu partido dispõe indicam que tanto em Cafunfo, como a Viana, a população tinha razão. “...Sabemos que houve disputas por causa de meios como geradores por aí em diante. Sabemos ainda que a policia agrediu populares e nós queremos saber o porquê pois, temos dados de que a população tinha razão. Em relação a Viana, nós também temos informações, o nosso pessoal está no terreno e sabemos que também houve mortes. E o exemplo de Viana ate está a generalizar-se por outros mercados onde a violência contra a população continua. Portanto, são esses dados que nós temos e que vamos levar ao plenário. Na carta, nós solicitamos a presença do primeiro-ministro para justificar e dar garantias de que actos desse género não se vão repetir...”

No caso da vila mineira de Cafunfo, a policia de investigação criminal da Lunda Norte já encaminhou para o tribunal o processo de um grupo de 17 elementos envolvidos nesses tumultos e acusados de crime de instigação e desobediência colectiva. Tudo aconteceu quando no passado mês de fevereiro um grupo de pessoas manifestou o seu descontentamento por causa de dois grupos geradores de energia eléctrica que estavam a ser transferidos de Cafunfo para o município de Lucapa. Na opinião da policia a manifestação havia sido feita de uma forma violenta defronte à esquadra local da policia nacional facto que obrigou os agentes da ordem publica a dispararem contra a multidão.

Já no município da Viana em Luanda, as escaramuças envolvendo populares e a policia tiveram como causa a transferência por parte do governo de Luanda do mercado da Estalagem para um outro lugar que os vendedores consideram ser pequeno e inseguro. Insatisfeitos os vendedores voltaram a reocupar os seus antigos lugares e a fazerem barricadas na via que liga o município da Via a cidade de Luanda. A reacção da policia foi igualmente violenta e como consequência morreram três pessoas.

O galo negro quer por isso que o governo explique aos parlamentares porque razão usa permanentemente a força na resolução dos problemas que envolvem as reclamações da população. “... o governo primeiro deveria construir o mercado em condições, e depois movimentar as populações. Não o foi o que o aconteceu, o governo quer desanuviar a via então corre com as pessoas, usa a violência. As pessoas que ali estão são angolanos e fazem vendas nos mercados para sustentarem as suas famílias, portanto, tem direitos e deveres, o governo não pode primeiro correr com as pessoas e depois arranjar soluções. Isto é semelhante aquilo que faz com a habitação primeiro destroi e põem as pessoas ao relento e depois diz que vai construir e nunca mais o faz...” Domingos Maluka da Bancada parlamentar da UNITA.

O galo negro não descarta a possibilidade de avançar com o pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar os dois casos .