MMD e eleições parlamentares de 2005 - 2004-03-10

Tsvangirai disse que a liderança do Movimento para a Mudança Democrática decidiu que o partido possa não vir a concorrer às eleições parlamentares de 2005 a menos que haja uma reforma internacionalmente aceite do processo eleitoral.

Tsvangirai acrescentou que o nível de violência contra o seu partido esta a aumentar e que se tornaria pior à medida que se aproximassem as eleições.

Um novo estudo pelo Instituto Zimbabue, baseado em Joanesburgo, confirma as preocupações de Tsvangirai, dizendo que 60 por cento dos deputados da oposição eleitos em 2000 foram presos, embora alguns poucos ainda não tenham sido julgados.

O relatório foi compilado por advogados zimbabueanos e canadianos a partir de entrevistas, reportagens sobre direitos humanos e documentos jurídicos. O referido relatório diz também que a maioria dos deputados da oposição e suas famílias foram atacadas e a maior parte deles deixaram de ter a possibilidade de viver com as suas famílias.

Metade dos deputados da oposição viram as suas propriedades, carros e empresas vandalizados ou destruídos.

A maioria dos deputados disse que os perpetradores foram membros das forcas de segurança do Zimbabwe.

O professor John Stremlau, chefe do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, disse que os deputados da oposição poderão ser os legisladores mais perseguidos do mundo entre os países que se consideram democracias.

Segundo o professor Stremlau, isto e um novo e diabólico fenómeno, um virulento tipo de controlo político que e mais insidioso do que a militarização ou golpe de estado que vimos no passado.

O ministro da Justiça do Zimbabwe, Patrick Chinamasa, não pode ser contactado para um comentário.(PF)