Os comandantes militares americanos que estão a supervisionar a distribuição de alimentos e de água no Haiti reconheceram que o seu esforço continua a produzir resultados nem sempre ideais, havendo locais que ainda não receberam qualquer ajuda.
Colunas militares escoltadas por soldados armados, transportando água e alimentos são agora vistas com regularidade na capital do Haiti. Todos os dias, tropas americanas e da ONU escoltam camiões até pontos de distribuição, onde a população faminta espera em longas filas de espera.
No bairro de Bel Air, forças da Argentina que integram os "capacetes azuis" da ONU, supervisionaram uma distribuição ordeira de centenas de garrafões de plástico com 20 litros de água potável. Outras iniciativas não têm corrido tão bem. Nalguns casos, as distribuições tornaram-se violentas.
O general da Força Aérea Americana, Douglas Fraser, falando aos jornalistas, na sede do comando americano, em Miami, na Flórida: "Ainda não conseguimos corresponder às necessidades do povo haitiano, no que toca à quantidade de mantimentos entregues. Há casos isolados em que os pontos de distribuição não têm tido mantimentos suficientes para entregar. E não tem havido comida suficiente. Não temos conseguido calcular as necessidades de cada posto de entrega."
O general Fraser afirma que, apesar da grande destruição causada pelo terramoto, a rede de distribuição comercial do país voltaram a funcionar e que fruta fresca e está disponível nas ruas de Port-au- Prince. Mas, o custo dessa comida subiu de forma astronómica, irando os vendedores e os seus clientes.
Duas mulheres vendendo óleo alimentar, farinha de milho, arroz e massa num mercado a Norte da capital afirmam que os armazenistas aumentaram os preços em, pelo menos, 50 por cento e que muitos dos seus habituais clientes não têm dinheiro para comprar comida.
Esta vendedora afirma que os armazenistas estão a cobrar mais por não saberem quando é que poderão reconstituir os "stocks". Mas, outros vendedores dizem que a razão principal se deve ao facto da rede de distribuição estar desorganizada devido ao desaparecimento do principal mercado no centro da capital e que foi destruído pelo terramoto.
Este homem, de seu nome Stefan, diz saber que países estrangeiros enviaram muita ajuda para o Haiti, mas que nada chegou ainda ao local em que vive, obrigando os residentes a sobreviverem com o que podem encontrar.