Insiste que os deputados da Renamo, eleitos em Outubro passado, não vão tomar posse.
Mas o secretariado do parlamento moçambicano diz já ter comprado os bilhetes e de ter tratado de toda a logística de modo a que todos os futuros legisladores possam estar presentes, em Maputo, até às vinte e uma horas do dia 10 de Janeiro.
Baptista Ismael Machaieie, Secretário-Geral do parlamento moçambicano, confirmando à Voz da América estar tudo a postos para que, na próxima terça-feira, todos os duzentos e cinquenta deputados possam tomar posse.
Em contacto telefónico com a nossa estação emissora, o Porta-Voz da Renamo vincou que os deputados do seu partido não estarão presentes na chamada casa do povo porque se assim for, eles estarão a legitimar os resultados das eleições.
Eleições presidenciais, legislativas e para as assembleias porvinciais, ganhas pela Frelimo e o seu candidato presidencial, e que o antigo movimento rebelde considera terem sido manchadas por fraudes.
Esta não é a primeira vez que a Resistência Nacional Moçambicana faz uma ameaça semelhante.
Desde que se realizaram as primeiras eleições multipartidárias, em 1994, tem sido quase constante o partido de Afonso Dlhakama fazer afirmações dessa natureza, mas depois, os deputados da perdiz sempre acabam por tomar posse.
Esta semana, foram instaladas as dez novas assembleias provinciais e alguns membros da Renamo, eleitos a 28 de Outubro, recusaram obedecer a Dlhakama e tomaram posse.
A cerimónia de investidura dos deputados do parlamento será dirigida pelo Chefe de Estado e acontece numa altura em que a Assembleia da República deu passos significativos rumo à globalização.
Com fundos do Orçamento Geral do Estado, foi adquirido equipamento informático, que incluiu duzentos e cinquenta computadores, já instalados em cada um dos lugares dos parlamentares.
A votação, agora, passa a ser electrónica, o mesmo acontecendo em relação à verificação do quórum dos deputados.
Para além dos desktop, foi instalado um sofisticado sistema de som que irá permitir que os deputados possam intervir sem sairem dos respectivos lugares.
Para o secretariado-geral do parlamento, estas inovações representam um grande avanço e vão ajudar a reduzir os gastos em papel e a poupar tempo, também.
Mas segundo o Secretário-Geral do parlamento moçambicano, Baptista Ismael Machaieie, os computadores só serão utilizados depois de os deputados passarem por um curso de formacão intensivo.
Contam para isso com a ajuda da maior e mais antiga Universidade pública, a Eduardo Mondlane, e deverão ter assessoria do Parlamento português de onde os gestores da Assembleia da República foram buscar a inspiração para avançar com este projecto de modernização, com recurso às novas tecnologias de informação e comunicação.