Invertendo a tendência anterior, o índice de vacinação no mundo está a aumentar e atingiu o nível mais alto constatado até hoje.
É o que informa um relatório que acaba de ser publicado conjuntamente pela Organização Mundial de Saúde, UNICEF e Banco Mundial.
De facto o número de crianças que foram vacinadas em 2008 subiu para o máximo de 106 milhões.
Para citar um exemplo do progresso obtido, basta dizer que entre 2000 e 2007 as mortes devidas ao sarampo declinaram 74 por cento, e o uso da vacina teve um papel essencial nesse declínio.
Por outro lado, ainda existem numerosas crianças em situação de risco, e a doutora Margaret Chan, directora da Organização Mundial de Saúde, declarou : " Precisamos superar o abismo que divide os países ricos dos pobres, ou seja aqueles que dispõem de vacinas que salvam vidas e aqueles que não as têm".
Os autores do relatório que estamos a citar fazem apelo para que países doadores do mundo industrializado aumentem as suas contribuições financeiras. Vai ser preciso pelo menos uma quantia adicional de um bilião de dólares para que as vacinas existentes sejam aplicadas a todas as crianças dos 72 países pobres.
A Malaria Consortium - a maior organização sem fins lucrativos que se dedica ao controlo e prevenção da malária ou paludismo foi encarregue de implementar um projecto da USAID para intensificar o combate contra essa doença. O projecto, no valor de 110 milhões de dólares, tem por finalidade a distribuição de redes de protecção em todo o território africano.
Como se sabe, as redes tratadas com insecticidas são consideradas a melhor medida de protecção e prevenção na luta contra a malária.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 1 milhão de pessoas morre anualmente de malária. A maioria das vítimas consiste de crianças de pouca idade em África.
A esposa de Nelson Mandela, Graça Machel, disse que os líderes africanos deveriam se empenhar mais em proteger as crianças da SIDA, e que é hora de mudar as prioridades nos gastos públicos.
"Não importa quão pequeno seja o nosso orçamento" – disse a senhora Mandela durante o lançamento da Campanha pelo Fim do HIV/SIDA Pediátrica - " precisamos fazer alguma coisa". E acrescentou: " Não chegaremos lá (à redução do HIV) com líderes africanos que não ficam sensibilizados com pessoas morrendo".
Cerca de 60 por cento dos portadores do vírus da SIDA vivem na África Subsaariana, e nessa região estão também 90 por cento dos dois milhões de crianças contaminadas no planeta.
E falemos agora da resistência antimicrobiana: alguns estudiosos da questão dizem que o uso de antibióticos na agricultura é a principal causa do problema. Outros acham que a culpa cabe quase exclusivamente ao uso incorrecto dos antibióticos.
Mas parece que o problema é ainda mais complicado do que se pensa, pois de acordo com um relatório recente da American Academy of Microbiology, as causas da AMR são várias e complexas.
O estudo diz que mesmo que os antibióticos passem a ser usados com moderação e de modo correcto, a resistência antimicrobiana não vai desaparecer. A conclusão do relatório é que a resistência antimicrobiana é, em última análise, incontrolável, porque se baseia na inevitabilidade natural da evolução dos micróbios.
Esta poderá ser uma visão fatalista dos autores do trabalho da Academia Americana de Microbiologia não significa necessariamente que devemos deixar os micróbios fazer o que querem, mesmo que não se consiga chegar a uma solução total e perfeita.