Os cidadãos angolanos retidos na República do Congo depois das autoridades de Brazzaville terem, no fim-de-semana passado, decidido fechar a fronteira de Massaby com Cabinda, continuam retidos na fronteira, apesar das negociações diplomáticas entre Luanda e Brazzaville.
A República do Congo encerrou o posto fronteiriço de Massaby, que liga a cidade congolesa de Ponta Negra à vizinha cidade angolana de Cabinda, na sequência da expulsão de centenas de congoleses que estavam em Angola ilegalmente.
No entanto, após uma reunião entre o vice-ministro das Relações Exteriores angolano, George Chicoty, e o embaixador congolês em Luanda, Jean Baptiste, na quarta-feira, ambos os países garantiram que este episódio não poderá afectar as antigas e boas relações entre Luanda e Brazzaville.
Além de centenas de angolanos retidos no lado congolês de Massaby, estão ainda retidas dezenas de camiões com bens alimentares e cimento, entre outros, essenciais para a vida na província de Cabinda, que tem na República do Congo grande parte da origem das suas importações.
A VOA conseguiu ainda apurar de que Brazzaville tem estado a reforçar os postos militares avançados junto a fronteira comum com aquela província angolana.
De realçar que num outro extremo de Cabinda, nas últimas semanas, também a República Democrática do Congo (Kinshasa) tem recorrido à expulsão de angolanos, muitos dos quais refugiados há vários anos naquele país, para onde foram durante a guerra civil angolana, de 1975 a 2002, em resposta aos largos milhares de congoleses que anualmente são devolvidos ao seu país quando apanhados em actividades ilegais ligadas ao garimpo de diamantes.