África Ocidental: Cheias Agravadas Por Mau Planeamento Urbano

O mau planeamento urbano é parcialmente responsável pelas cheias na África Ocidental, um problema que está a afectar perto de 600 mil pessoas.

Mais de metade das pessoas afectadas pelas cheias provocadas pela época das chuvas na África Ocidental vivem no Burkina Fasso e no Senegal. E a sua maioria vive em zonas urbanas com má drenagem e sem leis que definam o espaço habitacional.

As mais graves cheias dos últimos 90 anos registadas no Burkina Fasso provocaram mais de 150 mil desalojados. A sua maioria vive agora em escolas e centros comunitários em redor da capital, Ouagadougou.

O primeiro-ministro Tertius Zongo pediu à comunidade internacional mais de 150 milhões de dólares de ajuda para drenar e reinstalar milhares de famílias fora das zonas em risco de ficar alagadas pelas cheias.

Elizabeth Byrs, do gabinete da ONU para a Coordenação das Questões Humanitárias, afirma que as cheias foram agravadas pelo deficiente planeamento urbano.

Diz Byrs que as cheias registadas na parte baixa da capital do Burkina Fasso são uma consequência do que chama "urbanismo selvagem", um problema partilhado pela capital senegalesa, Dakar, onde construções não planificadas obstruem o natural fluxo das águas.

Byrs afirma que, a par da existência de sistemas de drenagem incapazes de acompanhar o crescimento da população urbana, uma chuvada com apenas cinco milímetros pode resultar numa enchente generalizada.

O governo da Serra Leoa responsabiliza as construções ilegais em terrenos protegidas, gerando aluimentos de terras que mataram sete pessoas na capital, Freetown.

A maior parte das perto de 250 mil pessoas afectadas no Senegal viviam em zonas baixas, fora da capital, onde a drenagem é tão má que ali se encontram lagos provocados pelas chuvas do ano passado.

Em resposta às cheias de 2005, o governo senegalês começou a reassentar famílias em terras mais altas e secas, a 25 kms da capital. Mais de 1700 famílias vivem agora naquela zona que tem a sua própria esquadra de polícia e escolas primárias, bem como uma escola técnica, estando planeada a construção de mais 1300 casas.