Para já são mais as perguntas que as respostas sobre a forma como o novo primeiro-ministro japonês vai formular a sua politica externa.
Tem sido conhecidos alguns indicadores de que irá procurar forjar um maior relacionamento com a Ásia, e possivelmente desenvolver a aliança com os Estados Unidos.
Yukio Hatoyama, o presumível próximo chefe do governo japonês, tem deixado bem claro que vai por termo a pelo menos uma colaboração japonesa com a comunidade internacional: o reabastecimento das unidades da marinha no Oceano Indico que participam nas iniciativas internacionais de estabilização no Afeganistão. O governo dos Estados Unidos tem aplaudido aquela iniciativa.
Ian Kelly, um porta-voz do departamento de Estado afirmou que Washington vai aguardar para ver o que o Japão decide sobre um outro assunto do âmbito da segurança: se irá contribuir com tropas para o Afeganistão.
“Um Afeganistão próspero e estável é do interesse da totalidade da comunidade internacional, incluindo o Japão, mas cada nação determina como pode contribuir melhor para aquela iniciativa.”
O Afeganistão é uma das várias áreas em que alguns analistas políticos acreditam que o Japão pode vir a reduzir a sua cooperação com os Estados Unidos.
O professor universitário Taniguchi destaca que o partido de Hatoyama, o Partido Democrático do Japão, encara o relacionamento com os Estados Unidos menos central para a política externa de Tóquio, do que os conservadores.
“É convicção de que muitos políticos do Partido Democrático parecem ter a necessidade de reduzir ainda mais a presença do sector militar dos Estados Unidos. Falam mesmo em reduzir a contribuição de apoio ao orçamento dos Estados Unidos.”
Washington mantém cerca de 50 mil militares no Japão, e os Estados Unidos acentuam que não tencionam renegociar o recente acordo sobre as bases norte americanas.
Na Ásia, uma coisa que Hatoyama pode vir a procurar é um maior relacionamento económico com a China, aliás o maior parceiro comercial de Tóquio.
Pode mesmo querer distanciar-se do historial militar do Japão, tendo prometido que não irá visitar o templo Yasukuni, onde se encontram os restos mortais de criminosos de guerra, lado a lado com veteranos.
O mundo pode vir a ter de aguardar algum tempo antes que o Japão levante a voz no domínio da política internacional, já que Hatoyama fez campanha eleitoral quase exclusivamente no domínio de temas económicos domésticos.