O terrorismo se infiltra cada vez mais no Brasil e o país já está servindo de base para organização de ataques no exterior. A afirmação é do delegado Daniel Lorenz, que até Julho deste ano era director de Inteligência da Polícia Federal brasileira.
O delegado deu detalhes de como a ameaça terrorista cresce dentro do solo brasileiro em audiência convocada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, no final do mês de Julho. As informações, no entanto, só foram divulgadas agora.
A audiência foi convocada pelo presidente da Comissão, o deputado federal brasileiro Raul Jungmann (Partido Popular Socialista), com o objectivo de detalhar a actuação de membros de grupos terroristas no Brasil.
O ex-diretor de inteligência garantiu que, no primeiro momento, os extremistas usavam o país como escala de viagem, depois passaram a adoptar filhos de prostitutas para ficar no Brasil e conseguirem legalizar a permanência por aqui por meio da lei de adopção.
Como ato seguinte, os terroristas começaram a seduzir brasileiros com o discurso de que a realização de actos insanos pode garantir privilégios numa vida depois da morte. A Polícia Federal chegou a descobrir que cidadãos do Brasil já têm sido recrutados pelos extremistas. Segundo o delegado, brasileiros foram ao Irão e a outros países para treinar tácticas de terror.
E agora, no momento mais actual, a situação é pior ainda. Os extremistas de dentro do Brasil estariam preparando ataques terroristas a alvos localizados no exterior. Entre as declarações, Daniel Lorenz garantiu, ainda, que Khalid Shaikh Mohammed, que se tornou o terceiro homem na hierarquia da rede Al Qaeda, esteve no Brasil, entrou pelo Rio de Janeiro e saiu por São Paulo.
Para o deputado Raul Jugmam, as declarações do ex-chefe
da inteligência da Polícia Federal brasileira são muito preocupantes.
“Fica claro que o risco Brasil no que diz respeito ao terrorismo tem crescido e
tem havido uma negligência, um faz de conta no Brasil, tanto por parte da
oposição quanto do governo, com relação a esse risco,” afirma.