Faleceu o Senador Ted Kennedy. O último de uma família "dinástica" da política americana, e irmão do falecido Presidente John F. Kennedy. Tinha 77 anos de idade.
O Senador Kennedy foi o campeão de causas liberais e patrocinou durante a sua carreira no senado várias leis que viriam a alterar profundamente os domínios dos direitos ao emprego, a educação, leis da imigração e politica externa.
Assim o notou a sua sobrinha, Caroline Kennedy:
"Em mais de 4 décadas no Senado, Ted Kennedy liderou a luta sobre várias questões importantes do nosso tempo, entre as quais, direitos cívicos, justiça social e oportunidades económicas para todos."
O Senador Kennedy foi um crítico aberto da política da Administração Bush no Iraque, sobretudo no que se refere à sua postura quanto aos interrogatórios dos suspeitos terroristas. Numa entrevista a cadeia televisiva CBS, em 2007, Kennedy manifestava a sua posição sobre a guerra no Iraque.
"Votei contra a guerra. Foi o meu melhor voto de sempre no Senado dos Estados Unidos…uma guerra errada numa altura errada."
Mas o Senador de Massachusetts era conhecido também pelos colegas da oposição republicana no Senado como sendo um democrata de confiança, sobretudo em cadernos legislativos quando não hesitava em atravessar as barreiras ideológicas, votando com os republicanos e pelos méritos da questão.
Em 2008 Kennedy foi um dos democratas proeminentes a apoiar a candidatura do Senador de Illinois, Barack Obama, ele próprio democrata, tendo visto nele um agente de mudança na América.
"Meus amigos, peco-lhes que se juntem a mim nesta jornada histórica, e tenham a coragem de optar pela mudança. Mais uma vez, é tempo para uma nova liderança assumir as rédeas. É tempo agora para Barack Obama."
Kennedy foi eleito para o Senado em 1962, um ano antes do assassinato do seu irmão, o Presidente John F. Kennedy. Na sua oração fúnebre, de elogio ao irmão defunto, o Senador Kennedy disse.
"O meu irmão não necessita de ser idolatrado, ou tornado ainda maior na morte do que tinha sido em vida. Que seja lembrado apenas como um homem decente e bom, que viu o erro e tentou corrigi-lo."
Mas em 1968, caía-lhe mais um irmão vítima da bala assassina, Robert Kennedy, tornando-se Ted Kennedy, o mais jovem dos três, patriarca e herdeiro político da família.
Um acidente de carácter pessoal em 1969, um acidente de automóvel, em que morreu a jovem que viajava com ele, embaciou de alguma forma a imagem dos Kennedys. Ted Kennedy esteve prestes a abandonar o Senado. Mas o povo de Massachusetts que representava naquela câmara alta da política americana, persuadiram-no a manter-se no posto.
Em 1980 o Senador Kennedy desafiou a presidência periclitante de Jimmy Carter para a nomeação a candidato presidencial naquele ano pelos democratas. Não resultou. Carter, o titular, triunfou sobre os democratas em convenção.
Em 2008 Kennedy foi diagnosticado com um tumor cerebral fatal, impedindo-o de retomar a sua cadeira senatorial mais frequentemente como o fizera durante mais de 40 anos. Na convenção de 2008 endossou a candidatura de Barack Obama.
Ted Kennedy tornou-se um dos senadores com maior influência e com a mais longa carreira no Senado, na história moderna da América, na continuidade das heranças dos seus irmãos e dele próprio.