Sudão: ONG´s Continuam Impedidas de Entrar

O Sudão desmente a notícia que alega que alguns grupos humanitários expulsos em Março passado, por ocasião da ordem do Tribunal Penal Internacional contra o presidente al-Bashir, seriam autorizados a regressar ao país.

O chefe do Gabinete Humanitário das Nações Unidas, John Holmes, disse ao Conselho de Segurança, na quinta-feira, que, durante a sua recente visita a Cartum, os responsáveis do governo sudanês teriam afirmado, tanto em conversas privadas como em declarações públicas que novos grupos de ajuda ou outros que mudaram de nome e programas seriam bem-vindos ao país. Disse Holmes : "Quatro das ONG´s aproveitaram-se desta nova flexibilidade, completando esta semana os seus processos de registo em Cartum."

John Holmes identificou as quatro organizações humanitárias como sendo a CARE International, Save The Children, Mercy Corps e PADCO.

Por outro lado, o Ministério Sudanês dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado, na quinta-feira, desmentindo a notícia segundo a qual algumas das organizações de ajuda, expulsas do país, teriam sido autorizadas a regressar.

O embaixador do Sudão nas Nações Unidas, Abdalmahmood Abdalhaleen Mohamad, reiterou a mesma afirmação, tendo dito à Voz da América que os grupos expulsos não serão autorizados a regressar ao país, contornando as ordens do governo: "Nós dizemos que o que atiramos pela janela fora Não deixamos reentrar em casa pela porta dentro…ou vice-versa… Não é assim…Os que foram expulsos, foram expulsos…Não vamos permitir o seu regresso. Mas, quanto aos grupos que solicitarem novas credenciais, iremos decidir na base de caso acaso."

Em Março passado, o Tribunal Criminal Internacional, em Haia, emitiu uma ordem de captura contra o presidente do Sudão, acusando-o de crimes contra a Humanidade e atrocidades cometidas na região de Darfur, desde 2003.

O presidente al-Bashir respondeu expulsando as 13 ONG´s principais de ajuda que trabalhavam na zona, deixando milhões de pessoas em risco da falta da alimentação, água potável, cuidados de saúde e higiene.

Aquele diplomata junto das Nações Unidas disse que os esforços do governo sudanês no sentido de suprir algumas lacunas mais importantes, não têm sido adequados, embora tenham impedido até agora uma crise humanitária mais aguda. Mas advertiu que a próxima estacão das chuvas iria trazer novos desafios.