Em Moçambique, o principal partido da oposição, a RENAMO, voltou a adiar o seu congresso, alegando que não o quer realizar durante o recenseamento eleitoral.
Foi o segundo adiamento em menos de um mês algo que alguns analistas consideram como reflexo da instabilidade que se vive dentro do partido da perdiz.
O próximo congresso da RENAMO, o primeiro em sete anos, tinha sido marcado para 11-13 deste mês na cidade de Nampula, depois de ter sido mudada a data inicial da reunião, agendada de 01 a 03 de Junho.
O partido liderado por Afonso Dhlakama, em comunicado hoje distribuído à imprensa, refere-se à "colisão" entre as datas do congresso e do recenseamento eleitoral para as eleições gerais (presidenciais e legislativas) de 28 de Outubro deste ano.
O recenseamento eleitoral vai iniciar-se a 15 de Julho e termina a 29 do mesmo mês.
O adiamento do congresso da Renamo surge numa altura em que um novo partido da oposição, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) parece estar a subir de força.
O MDM realizou o seu congresso no fim-de-semana, onde nomeou o seu candidato presidencial e conta agora com dois novos desertores da Renamo. A ironia histórica é que o novo candidato à presidência é filho de um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), morto pelas autoridades já depois da independência.
Ouça as últimas na crónica de Simião Pongoane, desde Maputo.