As nações doadoras ocidentais estabeleceram o que chamam de princípios chave para um novo relacionamento com o governo do Zimbabwe, tais como um empenho a uma politica de estabilização da economia, a restauração do primado da lei, respeito pela propriedade privada e direitos humanos e a liberdade de expressão.
A Voz da América perguntou a ministra da Integração Regional e Cooperação Internacional, Priscilla Misihairabwi-Mushonga como é que o novo governo de unidade poderá cumprir os requisitos das comunidades ocidentais.
"Tomamos a decisão de não responder as condições das comunidades ocidentais…no fundo, iremos apresentar o nosso próprio plano do que pretendemos fazer…ou seja um acordo politico global no qual iremos estipular duma forma clara o que nos, como governo …desejamos fazer…incidentalmente…em muitos pontos o nosso plano coincide com algumas das questões que mais preocupam a comunidade ocidental e que deseja que sejam resolvidas."
A ministra zimbabueana defendeu a actuação, embora frágil, do novo governo, afirmando que Os primeiros 100 dias foram dedicados, em primeiro lugar, na busca do consenso entre as três partes envolvidas. Mas admitiu ter havido problemas.
"Para já…pode haver problemas quanto a formas em que estão a ser implementadas algumas decisões…mas neste ponto, temos sido também muito claros…antes que as politicas sejam definidas…não se pode acusar ninguém de as estar a violar…
Apesar do optimismo da ministra, um diplomata ocidental, que falou a Voz da América sob condição de anonimato, disse que embora as condições estipuladas pela comunidade internacional e o acordo político global do novo governo coincidam em muitos pontos, todavia, até agora se tem realizado muito pouco progresso em áreas muito importantes, tais como as prisões políticas, perseguição e prisão de jornalistas, o respeito da propriedade e dos direitos humanos, problemas esses que ainda causam muita preocupação a comunidade internacional. Sublinhou, todavia, que progressos tem sido feito no domínio económico, mas que a recuperação económica, como tal, levará tempo a se concretizar.
Entretanto, o novo governo zimbabueano parece ter alcançado algum consenso no que respeita a nomeações em disputa para importantes cargos, tais como o posto de governador do banco central, ainda a ser ocupado por Gideon Gono, e o de Procurador-Geral, ocupado ainda por Johannes Tomana.
Por sua vez, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai afirma que as duas nomeações feitas pelo presidente Robert Mugabe estão em violação do acordo político global. Gideon Gono é acusado de ter desempenhado um importante papel no colapso económico do Zimbabwe, enquanto que Johannes Tomana estah a ser criticada pela sua defesa do partido do presidente Robert Mugabe, a ZANU-FP. Mugabe prometeu que os dois não serão afastados dos seus postos.