Na Mauritânia já está em curso a campanha presidencial. Contudo o antigo dirigente militar do país decidiu atrasar o início da sua campanha para dar mais tempo aos medianeiros internacionais para resolverem a crise política no país.
A campanha eleitoral começou sem a presença oficial da personalidade que todos esperam venha a vencer o escrutínio de 6 de Junho.
O antigo líder militar Mohamed Ould Abdel Azis adiou por 24 horas o inicio da sua campanha afirmando que pretendia dar um impulso aos esforços para se encontrar uma solução negociada com os opositores políticos que decidiram boicotar a votação.
O antigo general afirmou que as eleições decorrerão como previsto mas que tinha decidido adiar o começo da campanha para dar aos medianeiros internacionais uma hipótese de fazerem progressos no que se refere a ultrapassar a crise política que se seguiu ao golpe de estado de Agosto passado.
Aziz derrubou o primeiro líder da Mauritânia livremente eleito, Sidi Ould Cheikh Abdallahi, e recusou a exigência da União Africana da sua recondução no poder dizendo que isso não seria do melhor interesse do povo mauritaniano.
Decidiu por isso alterar a constituição de modo a permitir a sua própria candidatura à presidência. No entanto o presidente Abdallahi pretende que os mauritanianos boicotem o escrutínio.
A Frente Nacioonal para a Defesa da Democracia que apoia o presidente deposto e a Aliança das Forças Democráticas, o principal partido da oposição antes do golpe, está a manifestar a sua oposição à votação. Têm no entanto realizado encontros com os medianeiros da União Africana e do Senegal. Os partidos políticos afirmam que as pré-condições para dialogarem com os militares são o cancelamento da eleição, a libertação dos prisioneiros políticos e a abertura dos meios de comunicação estatais.
O Senegal propôs o adiamento da votação de modo a que os partidos da oposição que estão actualmente a boicotar a votação possam participar no processo eleitoral.
Aziz , que também se reuniu com os medianeiros, declarou que fez muitas concessões e que estava preparado para fazer ainda mais. Acrescentou contudo que os seus opositores políticos também terão que fazer concessões para se conseguir uma solução.
Aziz disse ainda que o boicote da oposição não terá impacto na participação do eleitorado. Acrescentou que se não vir a possibilidade de uma solução negociada começará a sua campanha na cidade de Kiffa no sul do país, a 600 km da capital.