Estados Unidos Iniciam Contactos Com Cuba

O Departamento de Estado disse que diplomatas americanos estão em contacto com os seus parceiros cubanos em Washington sobre uma variedade de questões de interesse mútuo, a seguir ao levantamento pela Administração Obama de restrições nas visitas a e remessas para Cuba por parte de cidadãos cubano-americanos. Washington espera uma resposta de reciprocidade:

Segundo o Departamento de Estado um alto funcionário diplomático para a América Latina reuniu-se com o chefe diplomático da secção dos interesses cubanos em Washington, pela segunda vez, em duas semanas. O encontro teve lugar na segunda-feira, afim de explorar a possibilidade de conversações para melhorar as relações desde há muito frias, entre os Estados Unidos e Cuba.

Há duas semanas, na véspera da cimeira das Américas em Trinidade e Tobago, o Presidente Obama levantou as restrições de viagens e remessas para Cuba por parte de cidadãos americanos ainda com famílias em Cuba no âmbito do empenho da nova administração para estreitar laços de amizade com os adversários dos Estados Unidos.

O porta-voz em exercício do Departamento de Estado, Robert Wood, disse que o Secretário de Estado Assistente americano para Assuntos do Hemisfério, Thomas Shannon, reuniu-se com o Chefe da Missão Cubana em Washington, Jorge Bolanos, a quem informou acerca das iniciativas anunciadas pela Administração Obama no dia 13 de Abril, e as conversações que que se lhe seguiram, na segunda-feira, numa localidade não identificada, na capital americana.

O diplomata americano disse que a Administração Obama deseja que o governo comunista cubano responda, em reciprocidade, à abertura dos Estados Unidos ao tomarem as referidas medidas de abrandamento das restrições políticas entre as duas nações.

"Desejamos que o governo cubano tenha uma atitude recíproca. Desejamos que os prisioneiros políticos sejam libertados em Cuba. Há várias medidas que o governo cubano pode tomar em relação ao seu próprio povo, permitindo-lhe as mesmas liberdades que outros povos usufruem noutras nações do hemisfério."

Todavia, o diplomata do Departamento de Estado minimizou as reuniões que tivera com o responsável cubano, afirmando que os dois lados tiveram mais discussões no passado, noutros contextos. Mas um responsável da Casa Branca adiantou estar ciente de apenas ter decorrido uma reunião no passado, e durante a Administração Bush.

O jornal New York Times escrevia na sua edição de segunda-feira, existirem planos para uma série de contactos do género afim de determinar se os dois lados poderão encetar conversações formais e abertas sobre varias questões, entre as quais, a imigração, o tráfico de drogas e questões de segurança regional.

Depois de abrandar o embargo entre os Estados Unidos e Cuba, há duas semanas, o Presidente Obama disse que o próximo passo iria depender de Cuba.

Entretanto, o Presidente cubano, Raul Castro, disse, numa resposta aparente a Obama, que o seu governo estaria disposto ao diálogo entre as partes, respeitante a todas as questões pendentes entre Washington e Havana, desde que se respeitem as respectivas soberanias.

Todavia, o ex-Presidente cubano, Fidel Castro, pareceu, mais tarde, retrair as aberturas do seu irmão, afirmando que as mesmas foram mal-interpretadas.

Os Estados Unidos e Cuba não tem relações diplomáticas formais desde 1961, tendo, em 1977, aberto secções de interesses em cada uma das respectivas capitais, afim de tratar de assuntos de interesse mútuo de carácter consular, tais como vistos, passaportes, e outras questões Estas secções são tecnicamente geridas pelas embaixadas da Suíça, em Havana e Washington.