O governo da África do Sul abriu esta semana um centro especial para registar candidatos a asilo da África Austral e em particular do Zimbabué. O centro destina-se também a ajudar a por em prática um novo programa que permitira aos imigrantes económicos zimbabueanos permanecerem legalmente na África do Sul.
A Directora para os Assuntos dos Refugiados do Ministério sul-africano do Interior, Busisiwe Mkhwebane-Tshela, afirmou durante uma visita ao Centro Provisório de Refugiados de Tswane, na região de Pretoria.
O centro, disse a Directora, será em primeiro lugar um departamento de recepção de refugiados onde receberemos os pedidos de asilo. Acrescentou que vão analisar os pedidos e depois determinarão se eles estão qualificados para obterem o estatuto de refugiado.
As novas instalações, com 100 funcionários, terão capacidade para processar mais de 400 pedidos de asilo por dia. A resposta ao pedido será dada no próprio dia e permitirá aos que forem rejeitados fazer um apelo.
Milhões de africanos têm chegado a África do Sul afirmando que abandonaram os seus países devido a repressão política. O influxo esta a pressionar os centros existentes que podem levar semanas a processar os pedidos de asilo.
Mas Mkhwebane-Tshehla diz que o governo pensa que a maioria dos imigrantes da região vão para a África do Sul principalmente em busca de trabalho e rejeita a maioria dos seus pedidos.
"Muito poucos pedidos são aprovados por que na maioria das vezes descobrimos que os candidatos são imigrantes económicos que querem legalizar-se para poderem trabalhar e estudar na África do Sul", disse.
Funcionários sul-africanos afirmam que 65 por cento das candidaturas a asilo vêem de 15 países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e que metade delas são do Zimbabué onde a economia caiu 40 por cento na última década e o desemprego ultrapassa os 90 por cento.
Muitos dos cerca de três milhões de zimbabueanos que estão na África do Sul não possuem documentos e arriscam-se diariamente a serem presos e deportados.
O governo sul-africano diz que esse risco vai terminar ao abrigo de uma nova política, anunciada no princípio do mês, que permitira aos zimbabueanos permanecerem legalmente na África do Sul durante seis meses.
Activistas de direitos humanos saudaram a nova política mas interrogam-se sobre o que ira acontecer depois de ter expirado o período de seis meses.
Funcionários sul-africanos notaram que o novo governo de partilha do poder do Zimbabué anunciou um plano de estabilização económica de muitos biliões de dólares.
Eles esperam que isso venha a aliviar o influxo de refugiados. Caso contrário, afirmam que poderão considerar o prolongamento da estadia legal ou enveredar por outras acções.