Os Estados Unidos e Angola vão assinar dentro de poucas semanas um acordo de comércio e investimento, disse à Voz da América o embaixador dos estados Unidos em Luanda Dan Mozena. Nessa entrevista, conduzida por Ana Guedes, o diplomata americano abordou os diversos aspectos das relações entre os Estados Unidos e Angola e ainda as perspectivas para o futuro.
Na sua entrevista o diplomata americano disse serem "excelentes" as relações com Angola, um país que descreveu como sendo a Fénix que renasce das cinzas.
O diplomata americano fez notar a importância de Angola para os Estados Unidos e também para a importância de toda a região da África Austral.
"Penso que Angola é vital para a estabilidade da África central e austral" disse Mozena.
"Se olharmos para a posição geográfica de Angola vemos que uma Angola estável é essencial para a estabilidade da África central e Austral", acrescentou.
Para além disso – disse o embaixador – Angola é um dos grandes exportadores de petróleo sendo o sexto fornecedor dos Estados Unidos que, acrescentou, tem grandes investimentos em Angola e crescente comércio com este país.
"Angola tem forças militares profissionais e competentes que podem jogar um maior papel em operações de manutenção de paz internacionais", acrescentou.
Mozena disse que Washington é de opinião que deve haver uma maior diversificação da economia angolana que sentiu fortemente os efeitos da crise económica e financeira global.
"A crise financeira global levou ao colapso do mercado de diamantes, levou a uma enorme e súbita queda dos rendimentos do petróleo e tudo isto teve um impacto negativo sobre a economia de Angola" disse o embaixador Mozena. Para quem "isso sublinha a importância de se diversificar a economia"
O embaixador americano disse que num recente encontro com o presidente Eduardo dos Santos para rever as relações entre os dois países tinha sido discutido um acordo de comércio e investimento que o embaixador disse poder assinar nas próximas semanas.
"Trata-se de um acordo de princípios que irá promover o comércio e investimentos americanos em Angola., disse o embaixador acrescentando que nesse encontro com o presidente tinha também sido discutida "a possibilidade de cooperação entre peritos do departamento do tesouro americano com os seus parceiros angolanos em questões financeiras".
O embaixador angolano mostrou-se particularmente entusiasmado com a possibilidade dos Estados Unidos iniciarem um programa de ensino de inglês através de Angola com a participação de voluntários do Corpo da Paz.
A minha visão, disse o embaixador é ter voluntários do Corpo da paz a ensinarem inglês em escolas secundárias através de Angola. O embaixador disse que Angola precisa de mais gente a falar inglês para melhor poder comunicar com os seus parceiros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC e também para poder melhor participar na economia internacional.
Dan Muzina fez notar ainda um programa de combate à malária que deverá reduzir em metade até ao final do próximo ano a mortalidade causada por essa doença.
O diplomata americano fez notar que apesar das excelentes relações entre os dois países nem tudo é perfeito. Uma dessas áreas é o capítulo dos direitos humanos que ele descreveu como uma "zona de preocupação em Angola".
"Estou satisfeito com o facto do governo angolano e a sociedade civil reconhecerem isso e estarem a trabalhar para ultrapassar essas dificuldades," disse Mozena.
"Tivemos já pedidos do governo para mais treino em direitos humanos para agentes da polícia por exemplo e estamos a trabalhar para responder a esses pedidos", acrescentou
Mas apesar dessas dificuldades o embaixador americano em Angola disse ter o que chamou de uma visão positiva sobre Angola que descreve como uma "Fénix que renasce das cinzas". Um novo país, disse o diplomata está a surgir com projectos de reconstrução em grande escala envolvendo estradas, caminhos-de-ferro, portos, escolas clínicas. Mas tudo isto criará novos problemas nomeadamente a "formar a capacidade humana necessária para se construir a nova Angola como treinar e educar os médicos, enfermeiros, técnicos, professores e engenheiros que são precisos para administrar uma economia moderna.
"Eu estou muito optimista quanto a Angola. Penso que tem à sua frente um futuro brilhante" disse o embaixador Dan Mozena.