Tripulantes Americanos Retomam Navio a Piratas

Tripulantes americanos do navio sequestrado esta manhã ao largo da costa da Somália controlam de novo o navio, que fora horas antes atacado por piratas.

Responsáveis da defesa dos Estados Unidos dizem que a tripulação de nacionalidade americana do navio dinamarquês com pavilhão americano retomou o controlo do navio, depois daquele ter sido sequestrado por piratas na manhã de hoje. As mesmas fontes dizem que um pirata ficou preso, e os três outros encontram-se em fuga.

O navio Maersk Alabama transportava 17 mil toneladas quando foi sequestrado a 450 quilómetros a sueste de Eyl, uma cidade na região de Puntland, no norte somali.

O navio levava alimentos de emergência para Mombaça, no Quénia. Um porta-voz do Programa Alimentar da ONU, PAM, em Nairobi, disse que o carregamento incluía 990 toneladas de óleo vegetal e mais de 4 mil toneladas métricas de uma mistura de milho e soja.

Este é a primeira vez que um navio de pavilhão americano é sequestrado pelos piratas ao largo da costa da África Oriental.

Horas antes, a porta-voz da Quinta esquadra americana no Barhain, comandante Jane Campbell, confirmara o sequestro do navio na manhã de hoje.

"As informações que temos, é que aproximadamente às 7:30 desta manhã, tempo local, 240 milhas náuticas para sueste de Eyl, Somália, o navio foi atacado. As informações que recebemos a seguir indicavam que os piratas já se encontravam a bordo da embarcação."

O dono do navio é a companhia dinamarquesa Moeller-Maersk, e o Maersk Alabama é gerido pela Maersk Line Unlimited, uma subsidiária independente controlada por uma direcção que inclui americanos.

No ano passado, em reposta ao aumento das actividades piratas, a marinha dos Estados Unidos, juntamente com marinhas de mais de uma dezena de outros países, enviou barcos de guerra para a região para proteger as muito usadas linhas de navegação no Golfo do Éden.

Mas a costa oriental da Somália é demasiado vasta para que as patrulhas consigam cobri-la adequadamente. O barco de guerra americano que estava mais próximo do Maersk Alabama encontrava-se a mais de 550 quilómetros e não pode responder rapidamente ao pedido de ajuda enviado pelo navio.

No ano passado, piratas fortemente armados sequestraram mais de 40 navios na costa somali, incluindo um super-petroleiro saudita com mais de 100 milhões de dólares em petróleo e um navio contentor ucraniano que transportava centenas de tanques e armas de fabrico russo. Os piratas libertaram muitos dos navios sequestrados, bem como as suas tripulações, depois de receberem milhões de dólares em recompensa.

A presença de navios de guerra internacionais no Golfo do Éden ajudou a diminuir significativamente os sequestros no estreito entre a Somália e o Iémen. Mas os ataques quase diários continuaram, e nas últimas semanas, os piratas tem estado activos no Oceano Indico.