Em Moçambique Há Avanços no Combate à Pobreza - FMI

O Fundo Monetário Internacional emitiu dois relatórios sobre Moçambique que abordam a situação económica do país e também a situação social. Os documentos fazem notar avanços no combate à pobreza e na educação mas avisam também sobre crescentes desigualdades no país. O FMI avisa ainda que o governo moçambicano precisa de intensificar a luta contra a corrupção.

O relatório titulado "revisão do plano económico e social de 2007" faz notar diversos avanços alcançados por Moçambique em alcançar os chamados objectivos de desenvolvimento do Milénio até 2015.

No que diz respeito à erradicação da pobreza extrema e fome esse documento afirma que a pobreza caiu de 70% em 1997 para 54% em 2003. O objectivo é reduzir esse nível de pobreza para 45 por cento este ano.

O documento avisa que há ainda enormes desafios na via de se reduzir a pobreza absoluta e para se promover crescimento económico sustentável.

Neste capítulo o outro documento emitido pelo FMI sobre os progressos alcançados no combate à pobreza faz notar contudo que os estudos "sugerem a deterioração das desigualdades sócio económicas e a existência de uma vulnerabilidade significativa nas camadas mais pobres da sociedade". Isto é mais evidente nas zonas urbanas onde segundo este relatório terá mesmo havido um aumento da pobreza e desigualdade.

No que diz respeito ao objectivo de se alcançar acesso universal ao ensino primário os dois documentos fazem notar avanços "significativos".

Por exemplo a matrícula de raparigas de seis anos de idade atingiu já os 70 por cento acima dos 67 por cento anteriormente previstos. O problema é que não houve uma redução no número de alunos por professores, que é de 73 por cada professor contra os 71 programados.

A epidemia de HIV/SIDA continua a ser um problema que de acordo com o FMI poderá continuar a "minar o desenvolvimento do país".

A salientar aqui a informação contraditória dos dois documentos.

O estudo sobre o plano social e económico de 2007 afirma que a prevalência de infecção a nível nacional é de 16 por cento e "com tendência para estabilizar" principalmente no centro e norte do país onde a percentagem de infectados é menor do que no sul.

O documento sobre o progresso alcançado na redução da pobreza diz que dados angariados em 2007 revelam que a prevalência do HIV sida continua a subir principalmente no sul do país.

"Muito mais terá que ser feito para expandir a escala da resposta nacional e melhorar a sua qualidade e efectividade especialmente no que diz respeito à prevenção" diz o documento.

O FMI diz que entre 1997 e 2003 houve também uma redução na mortalidade infantil abaixo dos cinco anos de 147 para 125 por cada mil nascimentos.

A salientar contudo um aumento nos níveis de mortalidade materna nos hospitais em 2007 quando comparado com o ano anterior. O FMI afirma que este aumento se pode dever em parte ao facto de mais mulheres estarem a recorrer aos hospitais.

O documento sobre o progresso alcançado no combate à pobreza faz notar os progressos alcançados mas sublinha que o governo moçambicano tem que dar prioridade a várias questões incluindo na prevenção do HIV/sida, o desenvolvimento económico nas zonas rurais e a estratégia de combate à corrupção.

O governo precisa de demonstrar esforços mais fortes na luta contra a corrupção e eliminar a percepção de impunidade aos níveis mais altos.

Há também a necessidade de se evitar potenciais conflitos de interesse entre as responsabilidades de entidades públicas e os seus interesses comerciais.

Fim