Dia Mundial da Saúde: Hospitais Seguros

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que milhares de vidas se perdem todos os anos porque os hospitais não são construídos para fazer face a desastres naturais, conflictos e outras situações de emergência.

No dia Mundial da Saúde, a OMS promove o tema de hospitais seguros em tempos de desastre.

Por exemplo, o poderoso tremor-de-terra, que devastou a cidade italiana de L'Aquila, é apenas o último desastre a fazer manchete no mundo. Desastres naturais têm um grande impacto em termos de vidas e propriedades.

No ano passado, nota a OMS cerca de 236 mil pessoas foram mortas e cerca de 211 milhões de outras foram afectadas por desastres naturais, que custaram 181 milhões de dólares. O maior desastre foi o ciclone Nargis, na Birmânia, que deixou mais de 138 mil pessoas mortas ou desaparecidas.

A este desastre seguiu-se o tremor-de-terra em Sichuan, na zona sudoeste da China. Samir Bem Yahmed, director do programa Acção de Saúde em Tempo de Crise, da OMS, diz que cerca de 88 mil pessoas morreram e mais de 11 mil hospitais foram destruídos. Segundo ele serviços de saúde são suspensos quando os hospitais são danificados ou destruídos. Hospitais, sustenta, são o último refúgio para pessoas apanhadas por desastres.

"Seria terrível para estas pessoas que procurem o último recurso, o hospital, e que o encontrem ou destruído ou não funcional. Hospitais que não lhes podem fornecer serviços de saúde. É o pesadelo dos pesadelos. Queremos garantir que as vítimas, as populações afectadas em situações de emergência, quando procuram ajuda em instalações de saúde, encontram essas instalações e elas estão a funcionar.

Hospitais que são danificados ou não estão a funcionar tem consequências mais alargadas que aquelas que derivam do seu encerramento. Os sobreviventes de um desastre não tem possibilidade de receber assistência e as pessoas que necessitam de assistência regular ficam sem ela.

Por exemplo, as mulheres que precisem de ajuda na altura do parto, crianças que precisam de ser vacinadas, pessoas que dependem de diálise ou de uma cirurgia para sobreviver deixam de ter onde ir.

Margareta Wahlstrom, sub-secretária da ONU para a Redução do Impacto dos Desastres, afirma que grande parte do trauma podia ser evitado com a construção de hospitais seguros. E nota que custa bem surpreendentemente menos construir um hospital novo que aguente tremores-de-terra, inundações ou ventos fortes.

"Se construírem um hospital mais seguro, talvez o investimento total seja mais elevado uns 4%. Mas constrói-se um hospital para pelo menos uns 50 anos, 75 anos. Pelo menos construía-se para muitas décadas, e seria um investimento proveitoso."

Walhstrom nota ainda que reconstruir um hospital que tenha sido destruído duplica basicamente o preço inicial dessa instalação.

A OMS adverte que o número de desastres e emergências está a aumentar devido a uma contínua urbanização e às mudanças climáticas. Um número crescente de áreas é agora vulnerável a desastres. Pelo que é inteligente, friza, pensar e planear a longo prazo.

Quando os hospitais continuam de pé e a funcionar, nota a OMS, tornam-se num farol de segurança no meio de uma situação de desastre e desespero.