Segundo algumas notícias há a possibilidade da violência na Guiné-Bissau estar relacionada com o tráfico de drogas através do país. Na Sexta-feira o Departamento de Estado americano emitiu o seu relatório anual sobre o tráfico de drogas através do mundo e nele afirma que o país se tornou já num dos principais "centros de trânsito para o tráfico de narcóticos da América Latina para a Europa".
No documento o Departamento de Estado alerta que "a degeneração da Guiné-Bissau num narco-estado é uma possibilidade real" embora faça notar que a comunidade internacional está a fazer esforços "significativos" para evitar isso.
O documento afirma as ilhas ao largo do país não são policiadas e são os centros de actuação dos narcotraficantes.
O Departamento de estado diz que quando grandes quantidades de cocaína são descarregadas de aviões e barcos na Guiné-Bissau a droga "é distribuída em pequenas quantidades através da região antes de ser transportada em voos comerciais e por outro meios para a Europa".
O relatório diz ainda que a Guiné-Bissau "é particularmente susceptível" à corrupção relacionada com a droga. Acrescenta no entanto que o governo guineense não encoraja ou facilita a produção ilícita ou a distribuição de narcóticos ou a lavagem de fundos relacionadas com essa actividade embora sejam "comuns" relatos de corrupção " ao mais alto nível".
O documento faz notar um boom recente na construção de casas de luxo, hotéis e empresas e diz ser "provável" que algumas desta nova riqueza seja proveniente da lavagem de fundos do trafico de drogas.
Mas entre os países africanos de língua oficial portuguesa não é só a Guiné-Bissau que é mencionada no relatório sobre o tráfico de drogas. Moçambique a Cabo verde são também mencionados.
O documento afirma que Moçambique é um país de transito para a Europa de drogas como hashish, marijuana cocaína e heroína e para a África do sul de a droga Mandrax. Alguns das dessas drogas, diz o documento poderão também ocasionalmente ser transportadas para os Estados Unidos e Europa.
Traficantes de cocaína da Tanzânia e Nigéria aparentemente identificaram Moçambique como uma porta de entrada para a África do sul e Europa, diz o relatório
O documento sublinha que o governo moçambicano não participa ou encoraja a produção e distribuição de drogas ou a lavagem de lucros dessas actividades. Não há também informações que indiquem corrupção de dirigentes moçambicanos por envolvimento no tráfico de drogas. O governo acrescenta o documento continua a fazer esforços para levar a tribunal policias e funcionários alfandegários acusados de trafico de drogas.
No que diz respeito a Cabo Verde o documento afirma que devido à sua localização é o que chama de um importante pais de transito para narcóticos a caminho da Europa provenientes principalmente da América do sul e Europa.
Cabo colabora com a ONU e diversos países no combate ao tráfico de drogas diz o documento.