O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Ojo Maduekwe, disse que o ataque da semana passada ao palácio presidencial da Guiné Equatorial foi o sinal de alarme para os países do Golfo da Guiné, ricos em petróleo, para lutarem em conjunto contra os grupos armados que desestabilizam a região.
"Os militantes estão-nos a atacar, não estão? Não estão os militantes do Delta do Níger a atacar as instituições do governo federal? Todos os países no Golfo da Guine estão afectados duma forma ou doutra, o que prova a necessidade de um esquema de defesa para a Guiné Equatorial. Todos nós partilhamos desta mesma vulnerabilidade, devendo, por isso, confrontar o desafio que se coloca contra todos nós."
As autoridades da Guiné Equatorial, rica em petróleo, na costa ocidental da África, acusaram os indivíduos armados - que efectuaram o ataque marítimo na terça-feira passada - de serem membros do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (MEND) um grupo militante nigeriano.
O MEND ataca regularmente as instalações petrolíferas, na região sul da Nigéria, afirmando lutar para uma maior partilha dos recursos petrolíferos da sua zona. O grupo disse que o governo nigeriano estava por detrás do assalto na Guiné Equatorial, alegação que o governo nigeriano rejeitou de forma enérgica.
Analistas de segurança e diplomatas advertem que os carregamentos e as operações petrolíferas no Golfo da Guiné enfrentam uma séria ameaça, devido ao aumento do número de ataques audaciosos nas águas da África Ocidental, onde gangs criminosos efectuam ataques nos países vizinhos, usando lanchas a motor.
O Departamento Marítimo Internacional disse que, em 2008, mais de 100 ataques piratas ocorreram ao largo da costa da África Ocidental, enquanto, por outro lado, as marinhas da zona não estão equipadas para a protecção da navegação e para lutar contra actores estranhos a região, tais como os mercenários.
O Golfo da Guiné mantém a posição de uma importante zona estratégica em resultado do potencial das suas reservas petrolíferas e gasógenas.