Quem paga pelo acordo? |
Falando a jornalistas após a sua reunião na Cidade do Cabo com o presidente sul-africano Kgalema Montlanthe, Tsvangirai disse que o seu país necessita de ajuda de emergência para que os serviços públicos possam recomeçar a trabalhar.
"De momento estamos concentrados em intervenções a curto prazo como reabrir as escolas, reabrir os serviços de saúde e melhorar a situação no país" disse Tsvangirai
No início desta semana o novo ministro das finanças Tendai Biti prometeu pagar aos funcionários públicos um ajuda salarial de cem dólares americanos. Biti não pôde contudo explicar de onde viriam esses fundos afirmando que os iria obter retirando divisas um pouco de todo o lado.
É óbvio contudo que mais do que isso será necessário se o novo governo quiser continuar a apagar essa ajuda em moeda estrangeira. Para Tsvangirai o plano de pagar funcionários em moeda estrangeira e apenas "o primeiro passo de uma intervenção".
"Vamos avançar parar criar o mecanismo necessário para o pagamento em moeda estrangeira durante algum tempo até o valor do dólar zimbabueano ser restabelecido" disse o chefe do governo zimbabueano
A Voz da América soube que Tsvangirai tentou em primeiro lugar obter ajuda de emergência de doadores ocidentais para pagar os salários dos funcionários públicos e alguns programas do governo, mas que isso foi recusado.
Diplomatas confirmaram que as suas decisões sobre o fornecimento de fundos ao Zimbabwe não foram alteradas. Países como os Estados Unidos vão continuar a financiar programas de ajuda humanitária mas não vão ajudar o governo ou iniciar novos programas de ajuda ao desenvolvimento até todas as pessoas raptadas pela polícia de Robert Mugabe serem libertadas e até haver progresso na restauração da lei e haver acordo sobre os parâmetros de uma política macroeconómica.
A ajuda a ser fornecida ao Zimbabwe será apresentada como sendo uma iniciativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, mas é obvio que a esmagadora maioria senão mesmo a totalidade dos fundos irão ser fornecidos pela África do Sul. Os ministros das finanças do Zimbabwe e África do Sul vão reunir-se na próxima semana com o director do Banco de Desenvolvimento Africano para elaborarem os detalhes da ajuda.
Sabe-se Tsvangirai pediu à África do Sul cerca de 600 milhões de dólares. Tanto Tsvangirari como o presidente Motlanthe recusaram-se no entanto a discutir qual a quantia pedida e qual a quantia que será concedida.
"Não temos números a dar pois isso vai ser decidido pelo pessoa técnico" disse o presidente sul africano acrescentando que "no próximo fim-de-semana eles já terão um quadro real da situação e das necessidades".
Um plano de ajuda ao Zimbabwe não deverá ser popular na África do Sul onde há já grande descontentamento com a presença de cerca de três milhões de zimbabueanos. Mas Montlanthe disse não haver razão para preocupação pois a ajuda "Não terá implicações para o orçamento que o ministro das finanças anunciou na semana passada".
Tsvangirai já disse que a ajuda sul-africana qualquer que ela seja não será suficiente para restaurar a economia do país. Com uma inflação de mais de 250 milhões por cento e a situação financeira e económica em colapso total Tsvangirai disse que vão ser precisos até á cinco mil milhões de dólares para pôr o Zimbabwe de novo a funcionar.