Presidente Somáli Prossegue Esforços de Reconciliação

Na Somália o governo continua a tentar a paz com grupos rebeldes islâmicos. Numa cerimónia Segunda-feira dirigentes de uma facção prometeram o seu apoio ao novo presidente que foi ele próprio líder uma facção rebelde islamita.

Desde que assumiu a presidência da Somália no fim de Janeiro passado, Sheikh Sharif Ahmed, antigo líder dos insurrectos Islamistas Somalis que assinaram um acordo no verão passado, tem estado a tentar trazer a mesa negocial as restantes facções islamistas que têm estado em luta contra o governo nos últimos dois anos.

Na segunda-feira, numa cerimónia em Mogadíscio, o líder de uma das facções, Abdulkadir Ali Omar, apelou ao perdão mútuo entre as várias facções:

O líder islamista, Ali Omar, disse que "se abriu uma nova era numa nova coligação de forças que exige deles novas tarefas a cumprir", saudando depois o Presidente Sheik Sharif e "os seus colaboradores," no que descreveu de "uma oportunidade preciosa a não perder". Disse Abdulkadir Ali Omar que muitas oportunidades se têm perdido, mas que se oferecia agora "mais uma dada por Deus" e que essa oportundiade "se deve aproveitar para o bem da Somalia".

A facção União dos Tribunais Islâmicos, de Omar, mantém o nome do grupo islâmico que assumiu por pouco tempo o controlo de Mogadíscio em 2006, antes de ser repelido por tropas etíopes, apoiadas pela comunidade internacional, que apoiaram o governo de transição somali. A seguir, o grupo insurrecto cindiu-se em varias facções, tais como a facção Shabaab, de linha dura, que controla a maior parte da Somália do Sul, que os Estados Unidos classificam como sendo um grupo terrorista. Essa organização prometeu opor-se ao governo de Sheikh Sharif, acusando o novo presidente somali de ter abandonado a causa islâmica, associando-se aos Estados Unidos.

Entretanto, sete outras facções formaram uma coligação própria sob a denominação de Partido Islâmico, que prometeu opor-se ao governo de Sheikh Sharif, cuja Aliança para a Libertação da Somália, se juntou agora ao governo central, continuando a apelando à cooperação.

O Sheik Sharif afirmou na cerimónia da Segunda-feira que deveria haver "perdão mutuo entre todas as partes envolvidas", apelando aos antigos adversários do governo de transição que trabalhem em conjunto "no interesse da paz e estabilidade".

Disse ainda ser necessário estabelecer a Sharia no país, havendo indícios já que indicam que o esforço de Sheikh Sharif está a produzir fruto, tendo o presidente tido reuniões com vários lideres rivais, entre os quais, Sheikh Muktar Robow, nos últimos dias.

Por outro lado, noticias referem terem-se verificado cisões no seio do grupo Shabaab, desde a retirada das tropas etíopes o mês passado, quando as varias facções perderam um inimigo comum.

De momento, porem, a instabilidade persiste. No Domingo, os insurrectos dispararam morteiros contra o palácio presidencial, atacando ainda os contingentes da forca da manutenção da paz da União Africana (UA). Na Segunda-feira um representante especial da UA em Nairobi disse que o Burundi e o Uganda iriam enviar tropas dentro em breve para se juntarem a missão de manutenção de paz, elevando o seu número a 5000, esperando-se que mais outras unidades sejam adicionadas, dentro em breve, para um total de 8000 combatentes, na Somália.

Os jornalistas que tem enfrentado um dos ambientes mais perigosos da sua profissão têm sido igualmente alvo de ataques na volátil situação da violência na Somali. No Sábado o director de uma estacão radiofónica na zona central do pais foi apunhalado e teve que ser hospitalizado.

Na Terça-feira, a Uniao Nacional dos Jornalistas Somalis disse que os Insurrectos Islâmicos, que controlam a maior parte da zona sul da Somália, tem estado a atacar jornalistas restringindo a cobertura das actividades do governo de transicao do Presidente Sheikh Sharif.