O mediador das Nações Unidas, as conversações de paz na Republica Democrática do Congo exigiu que as forças governamentais e os rebeldes cessem as hostilidades numa altura em que na capital queniana Nairobi, decorrem conversações de paz tendentes a um fim do conflito congolês.
Falando em Nairobi, o ex presidente da Tanzânia e mediador da ONU, às conversações, Benjamin Mkapa exortou as partes beligerantes à contenção dos combates, para o alívio do sofrimento causado ao povo e como um gesto de demonstração do engajamento ao processo de paz.
Nkapa fez este comentários precisamente no dia em que teve início uma nova ronda negocial, envolvendo representantes do governo congolês e dos rebeldes, do renegado general, Laurent Nkunda. A última ronda negocial tinha a 20 de Dezembro, resultado num impasse.
Instado a comentar o impasse nas negociações de Nairobi e rumores de que a delegação dos rebeldes, não estaria dotado de poderes suficientes, para assumir compromissos em Nairobi, o líder rebelde Laurent Nkunda, foi categórico no desmentido afirmando que "a delegação de poderes, implica consultas permanentes com a liderança" pelo que "pedirem conselhos é algo normal, num processo negocial".
"Portanto eu não penso que não estejam dotados de poderes. Eu confio neles, deleguei-lhes poderes. Assinei a carta de indigitação e confio muito neles, por isso não estou presente em Nairobi. Caso não confiasse neles, estaria eu, pessoalmente em Nairobi. Mas se estão lá, é porque confio neles" disse Nkunda.
Nkunda desmentiu por outro lado, rumores de divisões internas no seio dos rebeldes e sua eventual implicação nas conversações de paz, em Nairobi.
Enquanto isso, o enviado especial da ONU às conversações na republica democrática do Congo , revelou por outro lado em Nairobi, Quénia estar em preparação para os próximos dias, uma cimeira regional para analisar o conflito congolês.
O anúncio do mediador chefe da ONU, o antigo presidente tanzaniano Benjamin Mkapa coincidiu com o desmentido em Luanda da Polícia Nacional de Angola, sobre um alegado recrutamento de jovens nas províncias do Moxico, Lunda-Norte e Lunda-Sul para se envolverem directamente no conflito da República Democrática do Congo.
A
denúncia de que as Forças Armadas e a Policia Nacional estariam a fazer "rusgas" para recrutar à
força jovens para alegadamente enviar para aquele pais vizinho, em conflito foi feita pela Associação Mãos Livres, uma
organização que se dedica à defesa dos Direitos Humanos em Angola.
De acordo com a imprensa angolana, a origem desta acusação poderá estar
relacionada com algumas acções dos militares angolanos com o objectivo de
evitar a infiltração em território angolano de elementos ligados a organizações
separatistas da RDCongo.